(autor: National Marine Sanctuaries)
(autor: Frank_Schulenburg)
(autor: SelfieCity)
Vai-se pela highway number one, a meio caminho entre Monterey e San Francisco encontra-se uma placa a dizer Año Nuevo State Park, e mete-se pela estradinha que leva ao mar. Deixa-se o carro junto ao centro de informações, e começa-se uma caminhada de cerca de meia hora pelas dunas (e pelas suas cores, os seus aromas, as suas múltiplas músicas) até chegar a um parapeito sobre a praia onde estão os elefantes marinhos. Se for por volta de Janeiro, Fevereiro, Março, é só poucas vergonhices e violência: a praia pejadinha de elefantas, e no meio delas um macho grande, enorme, vigoroso e belicoso, o alfa, que pensa que aquilo ali é o seu harém. À volta, à espreita mas fazendo de conta que só estão a aproveitar o fresquinho das ondas, estão os betas. Mal apanham o alfa distraído achegam-se à fêmea mais próxima, e então é vê-lo, o alfa, um bicho de toneladas, em linha recta passando por cima de mulheres e crianças, direitinho ao usurpador. As fêmeas procuram uma clareira mais segura e levam para lá os seus pequenos, e os grandolas embrenham-se numa luta sem tréguas, que é perdida pelo beta. Por definição.
É isto: sexo e violência, numa paisagem belíssima.
Hollywood não fica longe.
No centro de informações, uma das explicações avançadas para o comportamento das fêmeas, que se sujeitam a estar no harém do alfa, baseia-se no comodismo: assim só são chateadas por um macho. Sempre que passava por lá perguntava-me como seria a vida sexual do cientista que se lembrou de tal hipótese. Mas depois vim para Berlim, e li sobre mulheres berlinenses que no fim da guerra arranjaram de ser a amante de algum comandante russo, para não serem violadas por todos os outros soldados. A amante do alfa.
(Tenho milhares de fotografias de vários passeios a este parque, mas não sei onde estão. De modo que partilho aqui algumas da wikimedia commons)
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