Estou num comboio a caminho de Düsseldorf. A cada nova paragem ouvimos uma voz bem-disposta a lembrar que somos obrigados a manter a máscara permanentemente sobre o nariz e a boca, e que quem não o puder ou quiser fazer será gentilmente ajudado a sair do comboio. E se gostar do género, para o efeito até se arranjam dois rapazes fardados.
(Mais vale rir que encher-se de fúria por causa dos tantos que andam sem máscara nos transportes públicos, em atitude de desafio às ovelhinhas obedientes da ditadura)
O dia começou triste: enevoado e frio.
Mas de repente o sol invadiu a paisagem: o verde dos campos, o amarelo das árvores, o azul nos meandros radiantes de um pequeno rio.
Esta passagem abrupta de tons de cinzento para um catálogo de bisnagas do Van Gogh não é para corações fracos. Agarrem-me, que me está a dar uma coisa boa!
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