Nem sei se traduza isto, se me deite a chorar: a sensação de raiva, de impotência e de ultraje perante este sistema estrutural de dominação.
Mas traduzo, porque é importante sabermos de onde vimos.
I.
Uma mulher tem duas questões centrais na sua vida: "o que devo vestir?" e "o que devo cozinhar?"
II.
Um homem tem de ser reconquistado todos os dias. Somos assim, estamos assim habituados, e queremos que tudo continue assim.
III.
Na verdade, ela tem mais sorte que ele. Ela pode fazer bolos!
IV.
O bolo torna-nos gentis e suportáveis. Assim, o vestido até pode custar 100 marcos mais.
Ou, digamos, 5.
V.
- Daqui a uma hora no City Café. Até já!
- Quem era aquela?
- Uma amiga dos tempos da escola. Já lá vão muitos anos.
- Mas parece mais nova que tu.
VI.
- Tens de fazer alguma coisa por ti. Estás diferente.
- Oh, que admiração! Quem há-de fazer todo o trabalho? É claro que por vezes me sinto sobrecarregada!
- Hoje em dia, quando o teu marido está nervoso, tu reages assim: ____
Dantes, reagias de outra maneira: ____
Mas hoje podias ter a mesma alegria de viver que tinhas dantes.
Isto é FRAUENGOLD [ouro das mulheres].
FRAUENGOLD dá força renovada e alegria de viver.
Uma cura com FRAUENGOLD faz-te feliz e capaz de fazer os outros felizes.
[Teor alcoólico de Frauengold: 16,5% - mais informações: aqui, em francês]
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A amiga (alemã) que me mostrou este vídeo contou-me que quando era criança havia em todas as cozinhas uma garrafa de Klosterfrau Melissengeist, um produto com 79% de teor alcoólico para - segundo se dizia - fins terapêuticos.
Provavelmente seria a única maneira de uma mulher aguentar a pressão das duas questões existênciais que lhe era permitido ter: o que vestir, e o que cozinhar.
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A (des)propósito: se não viram ainda, vão ver "Mais uma rodada", de Vinterberg.
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