Esta manhã voltámos ao mercado onde costumávamos começar os sábados numa vida longínqua: antes de San Francisco, antes de Weimar, antípodas de Berlim. Estava igual ao que lembrávamos, excepto faltar o stand francês de frangos grelhados onde uma Christininha de 3 anos comprava sozinha o nosso almoço, muito orgulhosa por desempenhar uma tarefa tão importante - e nós a alguns metros, atentos e tão orgulhosos como ela, um pouco comovidos até, sem nos darmos conta da vida a acontecer demasiado depressa, e que tínhamos o pé no acelerador.
No stand das ervas aromáticas pedi autorização para fotografar, e eles protestaram: que devia ter vindo no princípio da manhã, quando estava realmente lindo. Fiquei a pensar que não é dado a todos começarem a manhã encantados com a beleza do seu trabalho.
Na banca dos espargos cheguei um pouco mais à frente para ver o que o Joachim ia comprar. O casal ao meu lado pediu que fosse de novo para trás, porque não estava a respeitar a distância de segurança. O que era verdade, mas: ao lado deles havia ainda dois metros livres, enquanto do nosso lado uma mesa impedia que eu chegasse perto da banca.
De modo que me voltei a lembrar dos motivos para não ter muitas saudades desta terra e das suas gentes.
2 comentários:
Gostei dos vegetais, sobretudo dos espargos verdes.
Rua da Guerra no 8? Em Portugal só me apareceu "Guerra Junqueiro". Estranho existir uma Kriegstrasse para dar a impressão que sei alemão :)
Havia um ou outro lilás entre os verdes. E gostei muito dos pequeninos.
Comprámos cebolinho já com flor para a salada. A flor do cebolinho tem um sabor muito intenso e fresco.
Também me parece estranho haver uma rua da Guerra. Essa foto é só do aspecto geral da rua. Nós morávamos na transversal. O bairro era bonito - e 3 casas à frente da nossa havia um parque enorme, com rio e tudo. :)
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