No segundo dia comecei a atinar mais. A aprender a este ritmo, lá para sábado vou saber orientar-me como um peixe em água sem plástico.
Pois, mas a Berlinale acaba na sexta.
O primeiro filme que vi era da competição (depois ponho aqui nomes, trailers, tudo), e muito escuro e lento. Ainda bem que era lento, porque só perdi umas quantas árvores na floresta russa enquanto tentava descobrir a maneira de aumentar a luminosidade no ecrã. Podiam ter contado a história em metade do tempo, e aposto que não perdia o dramatismo. Mas pelo menos sempre aproveitei para ir fazendo umas transferências bancárias enquanto os soldados avançavam às escuras pela floresta.
O segundo vinha da Roménia, era também da competição, e foi o mais extraordinário que vi até agora. Se não ganhar o urso de ouro, deito fora os meus crachats todos da Berlinale.
Outro momento alto do dia foi um documentário sobre o Paolo Conte que vi vez e meia (e teria sido duas vezes, com imenso prazer, mas fecharam a transmissão). Este documentário vai fazer o seu caminho por aí, e recomendo vivamente.
Um momento triste foi quando me apercebi que deixei escapar um que queria muito ver, e já não estava online quando lá cheguei. Se a vida me der uma segunda chance, logo direi.
Tem as suas vantagens estar em casa a ver, a rever, a voltar atrás para repetir uma passagem, a passar de um filme para outro quando me apetece, a não perder tempo para ir de um cinema ao outro. Mas a verdade é que me falta tudo: o bulício, o ecrã gigante, o som gigante, as conversas com os outros nas filas dos cinemas, as conversas com os autores dos filmes, a festa no palco, a festa na rua, a festa da Berlinale.
Sem comentários:
Enviar um comentário