23 dezembro 2020

algumas ideias para este Natal tão diferente do habitual



A minha sogra, que nos seus oitenta e tal anos está uma grande especialista em criar dinâmicas de família no WhatsApp, abriu o concurso "decoração de Natal". O vencedor (nomeado por um júri isento, diz ela - mas eu cá, que sou nora, desconfio) receberá uma caixa de sekt Singer-Fischer, que em termos de sekt é o nosso favorito. Dissemos que também participamos, e agora vamo-nos esmerar a decorar o melhor possível o galho quebrado que no domingo passado trouxemos da floresta para ser o nosso pinheirinho de Natal. Algo me diz que decorar o hibisco, como fizemos no ano passado, não nos vai trazer a vitória. Anunciam-se alguns momentos de óptima disposição para esta família espalhada pela Alemanha e os Países Baixos. O pior vai ser depois, quando o júri isento anunciar o vencedor...
(Por respeito pelo planeta, deixámos de comprar pinheirinhos para o Natal. Também deixei de comprar flores, que - especialmente no Inverno - são produzidas sabe-se lá em que condições de trabalho, e trazidas de avião para a Europa. A ver vamos se os ramos feitos com cedro roubado à sebe do vizinho, hastes de hera e bagas de rosa-canina nos dão pontos suplementares.)
(Enquanto for só a decoração de Natal, bem vamos. Se alguém se lembrar de pedir que cada grupo da família siga o exemplo dos primos de Biberach, que passam a vida a mostrar novas coreografias no tiktok, aí...) (adeus, minha rica caixinha de sekt!)

A agência de marketing dos transportes de Berlim também nos deu uma boa ideia: deixar os pastores, os restantes visitantes e mais tarde os reis a mais de 1,5 m de distância do menino Jesus (em termos relativos, claro). Estava a pensar fazer uma fila como a desta manhã no supermercado, mas não tenho um móvel tão comprido...

Na rádio também deram sugestões como, por exemplo, fazer jogos com os familiares na internet. Aquele jogo de fazer um desenho (sobre um ditado popular, por exemplo), para os outros tentarem adivinhar, funciona lindamente. Ou fazer o que o meu coro fez: cada um vai buscar uma fotografia antiga, mostra aos outros e conta porque é especial. Ou fazer perguntas que evoquem momentos bons do ano (um passeio/uma conversa/um filme/um livro/algo bonito que nos disseram ou que nós dissemos a alguém). A única coisa realmente importante é estar atento para que todos sejam ouvidos. 

Por ocasião do Thanksgiving o New York Times publicou um conjunto de sugestões para as famílias poderem estar juntas apesar do distanciamento que a pandemia impõe. Partilho-as aqui, para o caso de serem úteis a alguém.

Antes de mais: escolher a plataforma. Google Meet no Gmail, Zoom, Jitsi, etc.
Depois:

1. Encontro online na cozinha: chamada de grupo na internet, todos seguem a mesma receita (ou, pensando bem, outra qualquer), e vão conversando online enquanto cozinham.

2. Encontro online ao jantar, ou durante a sobremesa.

3. Conversar online a seguir ao jantar, por exemplo mostrando fotografias previamente escolhidas. Pode-se usar a função de partilhar o ecrã, ou então mostrar a fotografia de papel em frente à câmara. 

4. Pedir ao miúdo da família que toque a sua peça de piano para todos ouvirem, pedir ao avô que conte como era a vida antes da vacina da poliomielite. Ter alguns temas (ou algumas perguntas) preparados, para fazer fluir a conversa. 
(Bem, esta de preparar os temas não deve ser para aplicar em Portugal. Aí era melhor pensar numa maneira de acabar a conversa antes do fim do ano...) (em compensação, algo que o NYT não sugere, mas em Portugal se calhar dava jeito: desligar o micro a todos, excepto àquele que está a falar...)

5. Para quem gosta: jogos de grupo online. Plataformas que sugerem: 
https://www.trickstercards.com/
https://houseparty.com/

6. Ver um filme ao mesmo tempo. 
(O que me lembra que há alguns anos assisti com alguns amigos do facebook a um concerto online, e foi uma noite memorável. Enquanto ouvíamos o concerto, íamos comentando no facebook. Mais de 600 comentários, e muito riso.) 


Sem comentários: