No primeiro dia havia um casal, no segundo havia vários rapazes, ontem havia várias raparigas.
A ver o que o jantar de hoje nos reserva.
(E por falar do que o jantar de hoje nos reserva: confesso que já estou um bocado farta de aquecer pré-cozinhados. Talvez fosse boa ideia deixar de me sentir enojada pela cozinha, e começar a fazer jantares como deve ser.)
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Para poupar tinta e tempo, vou passar a dizer quando faz sol, em vez de repetir uma e outra vez que está de chuva. Esta manhã, por exemplo: vi o sol durante cinco minutos!
Também vi os estudantes a caminho das suas faculdades. Quase nenhum usa guarda-chuva. Casacos e carapuços, lenços ou cachecóis a cobrir a cabeça. Fico a imaginar o cheiro a galinha choca que deve haver nas salas de aula, com aquela roupa toda a secar lentamente ao calor dos corpos.
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Ontem fomos ver dois apartamentos em Saint Martin. Ficam pertíssimo do trabalho do Joachim, o que é uma grande vantagem. Mas: em termos de paisagem são tristonhos - teria de posicionar a mesa de forma estratégica para apanhar uma nesguinha de verde. Mas: em termos de bairro, são impecáveis: a meia dúzia de passos do mercado de Saint Martin. E podíamos pôr as visitas a dormir na sala. Mas: a única janela interessante da casa seria o écran do meu computador. Mas: saindo à rua está-se logo no bairro mais engraçado da cidade.
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Hoje fui ver um apartamento bastante menos central, e mais pequeno (sabem como é, aquilo de ter a cama na sala?), mas que fica numa rua antiga, uma das ruas de Brest que não foi bombardeada, mesmo à esquina do centro cultural Les Capucins, pertinho do teleférico.
De modo que agora estou imensamente indecisa entre escolher uma espécie de toca num bairro engraçado e central, e uma espécie de toquinha com imenso céu e uma vista enorme sobre Brest.
A verdade é que basta reparar no modo como descrevi as duas, e parece-me que já escolhi.
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Algumas fotos desse bairro do outro lado do rio, dentro do carro e - oh, surpresa! - debaixo de chuva:
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E agora, qual deles escolho?
Outros lêem em borras de café ou folhas de chá.
Mas eu cá suspeito que era bem capaz de ler o meu futuro em cascas de ostras...
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