A minha história favorita ligada ao conceito de #unidade
é uma que provavelmente já contei aqui pelo menos vinte vezes. Ora bem:
cá vai a vigésima primeira, com um beijinho especial para os colegas de
memória mais curta.
Nos EUA, os meus filhos andaram num jardim
intantil e escola primária Montessori que lhes deu asas à inteligência. E
ao humanismo, mas hoje falo só da inteligência. Quando os miúdos
entravam na sala, a professora do jardim infantil perguntava a cada um
deles em que queria trabalhar nesse dia.
A criança dizia o que lhe apetecia mais fazer, escolhia os materiais
com a professora, e era deixada sozinha, inteiramente concentrada no seu
- lá está - trabalho. Havia na sala cerca de 25 miúdos entre os 3 e os 5
anos, e reinava nela uma tranquilidade que levou um mãe alemã que eu
conhecia a procurar outro jardim infantil para os filhos, porque achava
aquilo muito pouco natural.
Para o Mathias, foi o melhor que lhe podia ter acontecido. Aos 3 anos iniciou-se no mundo da matemática com um prazer enorme.
Um dia veio ter comigo e começou a explicar-me com um ar muito sério e concentrado:
- Há as unidades, as dezenas, as centenas, os milhares, as dezenas de
milhar, as centenas de milhar, os milhões, os biliões e os zilhões.
Zilhões é mais do que eu posso contar, e é quanto eu gosto de ti.
(desculpem abrir aqui um pequeno intervalinho para babar, volto já)
(ainda há pouco tinha largado as fraldas, e já estava ali todo seguro
de saber contar até milhões! É impressionante o que a escola certa pode
fazer por uma criança.)
Aos cinco anos, o miúdo que adorava
resolver problemas nas viagens de carro ("16 gomas para 3 meninos dá 5
gomas a cada um, e depois parto a última em três" ou "32 gomas para 3
meninos dá dez a cada um e eu como as outras duas") veio para a escola
alemã, e passou um ano inteiro a fazer contas até 10, para não se cansar
muito.
2 comentários:
: )))
Suponho que não havia uma Montessori perto da sua casa na cidade onde vivia ou vive. : )
podes contar mais vezes, até ao infinito...
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