(fonte)
Em Weimar há uma loja de fotógrafo que me fascina por ter na montra fotos do Franz Liszt (sem verrugas e com verrugas) e do Walter Gropius.
A loja foi aberta a 1.4.1882 pelo #fotógrafo Louis Held (1851-1927), que saía muitas vezes do seu atelier e ia fotografar as pessoas no seu "habitat". Como o Walter Gropius, fundador da Bauhaus, em frente ao seu estirador.
Louis Held também fotografava cenas da vida quotidiana e acontecimentos importantes da cidade, e não era um fotógrafo realmente digno de menção. Mas o que me fascina é a quantidade de História que passou em frente à sua câmara fotográfica: os músicos famosos (o seu atelier era perto da casa de Liszt, por onde Wagner também andou a arrastar a asa à Cosima), perto da escola onde nasceu a Bauhaus, e a um par de centenas de metros do Teatro onde foi escrita a constituição da República de Weimar.
Ele e a sua câmara a registar tudo isso.
Estou a tentar entender porque é que este Louis Held é tão importante
para mim - afinal de contas, o que mais há é fotógrafos que fotografaram
gente famosa e registaram acontecimentos históricos. Parece-me que é a
normalidade, a banalidade daquela montra de um atelier de fotógrafo que
eu conheci em 2002, ainda com a falta de charme característica da RDA.
As fotos expostas quase a monte junto à vitrine, como às vezes se vêem
as de casamentos ou de bebés. Sim, deve ser isso: a exibição tão
prosaica daqueles famosos. E também porque essas fotos tornam Liszt e
Gropius mais palpáveis e mais próximos de mim. De facto, também eu me
poderia fazer retratar no mesmo atelier fotográfico, por algum
descendente do Held original.
Não fiz, claro. Mas acabou de me ocorrer mais um nicho de mercado: "fazemos o seu retrato com a mesma câmara que retratou Liszt e Gropius" - hã, que tal?
Não fiz, claro. Mas acabou de me ocorrer mais um nicho de mercado: "fazemos o seu retrato com a mesma câmara que retratou Liszt e Gropius" - hã, que tal?
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