15 dezembro 2018

resistência


Esta manhã ouvi uma entrevista a uma senhora de Estrasburgo, que dizia que mal o mercado de Natal reabriu ela fez questão de o visitar. Com algum medo, acrescentou. Mas se evitasse o mercado de Natal estaria a oferecer uma vitória ao terrorismo.
Ouvi-a com um nó na garganta e um enorme respeito pela sua determinação. Viva a resistência!

Há bocadinho, e por mero acaso, estive com amigos no mercado de Natal de Berlim onde um tresloucado matou 12 pessoas. Mostrei-lhes o memorial desse atentado, e as velas que as pessoas continuam a deixar nas escadas da igreja em ruínas. Depois comemos salsichas com couve e bebemos vinho quente, no meio de centenas de berlinenses e turistas descontraídos e alegres.

A vida continua. E enquanto continuarmos a viver com alegria, ignorando o risco do terrorismo, este continuará a ser o que de facto é: um dos perigos que menos vítimas mortais causa nas nossas sociedades. Na Europa morrem muitas mais pessoas por culpa de condutores embriagados, ou por violência doméstica, que por acção de terroristas.


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