(texto completo em alemão: aqui)
Reacções aos ataques em Estrasburgo: Só o terror é total
Quem afirma que o francês Chérif Chekatt atacou "o nosso estilo de vida" dá demasiada importância a este criminoso - e contribui para promover a indignação nos media e o racismo.
Sexta-feira, 14.12.2018
O próprio "Estado Islâmico", sempre tão célere a declarar os ataques como iniciativa de um dos seus homens, demorou muito tempo a tomar uma posição sobre o ataque de Estrasburgo. Talvez esse atraso se deva ao facto de a milícia ter de momento outras preocupações, ou talvez até eles próprios estejam fartos dos criminosos que no último momento gritam "Allahu akbar" para dar aos seus actos um toque de choque civilizacional.
O francês Chérif Chekatt tinha no seu currículo 27 condenações em tribunal, e era conhecido pela sua enorme cobiça sem escrúpulos. Quem deu a um criminoso destes o mandato para "atacar o nosso estilo de vida"? E será que o seu acto de violência, apesar de tão brutal e sem sentido, põe realmente "um país inteiro em luto"?
As actuais demonstrações dos "Coletes Amarelos" em França já provocaram seis mortes. Aparentemente, estas mortas são vistas pela sociedade como danos colaterais da agitação social, infelizmente impossíveis de evitar.
Porquê, então, esta consagração de Chérif Chekatt? Porque é que aceitamos dar à violência grosseira o significado mais "prestigiante" que o criminoso quis emprestar ao acto (e a si mesmo)?
Os media - e não apenas os franceses - pareceram reagir com uma espécie de alívio à notícia de que se trataria de um jihadista. Desse modo, pode-se dar um nome ao que não tem sentido: terror islâmico. Para os media, "Terror!" é um convite à indignação que podem oferecer ao seu público. Para o Estado, "Allahu akbar!" é uma provocação à qual pode responder com força executiva e gravidade simbólica, ao contrário do que é lhe é permitido perante um grupo de cidadãs e cidadãos com coletes amarelos que se identificam com Asterix e Obelix. Além disso, também entre nós há pessoas que só a contragosto ocultam o seu racismo ("o homem tinha raízes no norte de África!").
O próprio "Estado Islâmico", sempre tão célere a declarar os ataques como iniciativa de um dos seus homens, demorou muito tempo a tomar uma posição sobre o ataque de Estrasburgo. Talvez esse atraso se deva ao facto de a milícia ter de momento outras preocupações, ou talvez até eles próprios estejam fartos dos criminosos que no último momento gritam "Allahu akbar" para dar aos seus actos um toque de choque civilizacional.
O francês Chérif Chekatt tinha no seu currículo 27 condenações em tribunal, e era conhecido pela sua enorme cobiça sem escrúpulos. Quem deu a um criminoso destes o mandato para "atacar o nosso estilo de vida"? E será que o seu acto de violência, apesar de tão brutal e sem sentido, põe realmente "um país inteiro em luto"?
As actuais demonstrações dos "Coletes Amarelos" em França já provocaram seis mortes. Aparentemente, estas mortas são vistas pela sociedade como danos colaterais da agitação social, infelizmente impossíveis de evitar.
Porquê, então, esta consagração de Chérif Chekatt? Porque é que aceitamos dar à violência grosseira o significado mais "prestigiante" que o criminoso quis emprestar ao acto (e a si mesmo)?
Os media - e não apenas os franceses - pareceram reagir com uma espécie de alívio à notícia de que se trataria de um jihadista. Desse modo, pode-se dar um nome ao que não tem sentido: terror islâmico. Para os media, "Terror!" é um convite à indignação que podem oferecer ao seu público. Para o Estado, "Allahu akbar!" é uma provocação à qual pode responder com força executiva e gravidade simbólica, ao contrário do que é lhe é permitido perante um grupo de cidadãs e cidadãos com coletes amarelos que se identificam com Asterix e Obelix. Além disso, também entre nós há pessoas que só a contragosto ocultam o seu racismo ("o homem tinha raízes no norte de África!").
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