05 dezembro 2018

conversa de elevador

Está um dia lindo. E tanto, que se fosse esperta ia agora às compras e só depois fazia o que tenho de fazer. Porque um "dia lindo", no Dezembro berlinense, é apenas meia dúzia de horas entre o nascer do sol e o anoitecer.

Como ontem, por exemplo: estava um dia lindo. Tirei algumas fotografias no autocarro, a caminho da Filarmonia. Tirei mais algumas fotografias na Filarmonia, porque estava encantada com a luz do sol nas folhas das árvores. Quando voltei para casa já escurecia. E quando, uma hora depois, saí de novo, já tinha o Ku'damm feérico de Natal.
(Se me deixassem mandar, tirava aquela tralha toda do meio da rua, e deixava apenas as luzes nas árvores.)

Na segunda-feira, quando saí de Portugal, chovia desalmadamente. Entretanto já avisaram que há aí um temporal a caminho do Norte da Alemanha, vindo do Oeste da Europa. Eu vim de avião, a chuva vem a pé, demora três dias. Diz que sexta e sábado vai ser terrível. Agora, digam vocês que estão em Portugal: a chuva já parou? É só para saber o que devo calçar em Berlim no domingo.

Ontem fui à Filarmonia, mas não devia ter ido. Nem estavam a vender bilhetes dos lugares do coro para os concertos do fim-de-semana, nem o Lunchkonzert foi muito bom. Parecia música de elevador, como esta conversa.








 


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