31 julho 2018

"avião"

Esta pergunta é só para os (as?) maiores de 50 anos (pronto, já me desgracei): quem se lembra daquela história da Fagulha (pronto, já me desgracei outra vez) do miúdo que fez a sua primeira viagem de #avião, mas levava a irmã bebé, que se fartou de berrar, e ele foi o tempo todo a tentar acalmá-la e o raio da miúda só adormeceu quando o avião aterrou?

 (lembro-me de cada coisa! )
(escusam de responder - assim como assim, ninguém deste grupo lia a Fagulha)

Depois a hospedeira deu um grande elogio ao miúdo, e ele percebeu que cumprir o seu dever é mais importante que saborear a primeira viagem de avião.

Li a Fagulha, mas não aprendi nada daquelas histórias tão edificantes. E foi justamente num avião que se passou uma das histórias de que mais me envergonho na vida. Estava a fazer a minha primeira viagem em business, no tempo em que a minha empresa dava esses luxos até a simples tradutores, e vi entrar no avião um senhor muito debilitado, que praticamente era carregado em braços por duas familiares. Estas pediram à hospedeira se ele podia sentar-se logo ali, porque não tinha forças para ir até atrás, e a hospedeira, no meio da secção business com muitas cadeiras vazias, respondeu: "comprou económica, é lá que se vai sentar".

"Oferece-lhe o teu lugar!", ordenou-me o tal maldito inquilino (estou a citar não sei quem da Mafadinha). Mas eu, ai e tal, tenho vergonha de armar aqui uma cena destas, só de pensar nisso já corei, e depois estava tão contentinha por experimentar como é em business, e entretanto o senhor já estava quase a chegar ao seu lugar e era demasiado tarde.

O tal maldito inquilino está de mal comigo desde então.

2 comentários:

jj.amarante disse...

"Ninguém deste grupo lia a Fagulha": olhe que não...

Conde de Oeiras e Mq de Pombal disse...


Não conheço a Fagulha, mas sei bem quem é esse famoso "inquilino". Eu também carrego o meu, que às vezes me prega dessas partidas.

Mas a melhor maneira de o derrotar é nunca ficar a pensar naquilo que se passou, mas estar muito, muito atento, para que não se volte a repetir. Pelo menos pela mesma incapacidade de agir, ou reagir, a tempo.