17 dezembro 2017
oratória de Natal num 3 assoalhadas
Uma oratória de Natal memorável: a nossa maestrina estava em cima de uma pilha de livros para poder ser vista por todos, os trompetistas estavam no corredor, por trás do coro, na orquestra e no coro havia miúdos com menos de 10 anos, alguns dos cantores tinham bebés no canguru (ou lá como é que se chama agora o saco de carregar os pequeninos junto ao peito). Começou bem, mas tivemos de recomeçar porque ao fim de alguns minutos um pequenito foi a gatinhar pelo meio dos cantores e quando chegou à zona dos músicos atirou a estante de uma flautista ao chão, e depois não fez mais nenhuma asneira porque os pais (um trompetista, uma soprano) se revezaram a pegar nele ao colo, conforme a partitura permitia.
Às vezes parávamos para discutir, "fazemos também o 19?" "não, vamos já para o 21!" "oh, o 19 não custa nada, vamos lá!" e a maestrina punha ordem na anarquia.
No fim - vá, alguns até pelo meio, cof cof - comemos as bolachinhas caseiras que é tradição fazer no Advento, e quase todos tinham trazido. Depois houve sopas, e muita conversa.
Uma pessoa está ali toda aplicada a fazer playback, sente-se um bocado embaraçada ao dar-se conta da segurança com que todos cantam, vê que uma das contralto trouxe o bebé de dois meses para o meio do coro, e começa a pensar que a oratória de Bach corre no sangue desta gente. Provavelmente aprenderam ao colo dos pais - a partitura serve apenas para as revisões da matéria dada.
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