Um amigo meu, advogado no Minho, teve durante muitos anos um caso de um pastor que largou as suas cabras num baldio recém-arborizado. Se bem me lembro, o pastor argumentava que aquele baldio sempre tinha sido do povo e das suas cabras, e que era um abuso roubarem aquele terreno para pôr árvores. O caso estava muito complicado para o pastor, mas ele teimava nas suas razões.
Volta e meia pagava ao advogado com um cabritinho, e depois o advogado vinha com a família à nossa casa assar o cabritinho no forno de pedra da cozinha da eira. Muito cabritinho impecavelmente temperado e assado comi eu por conta daquele pleito!
Agora, depois do que aprendi com estes incêndios terríveis, fico a pensar que quem devia ter dado os cabritinhos era a sociedade toda, e ao pastor, e vivos. Houvesse mais baldios e mais cabras a limpar os terrenos!
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