Ontem, a palavra do dia na Enciclopédia Mágica era "nívea". Atrasei-me por causa de umas coisas e outras, e só escrevi o meu post hoje. Isso dá direito a multa, que é paga em minis.
(Esta minha vida é um stress.)
Este post ainda é sobre "nívea",
e vai atrasado, mas a infracção calha bem porque ultimamente não tenho
tido tempo para andar aqui feita polícia, e o nosso stock de minis está a
atingir mínimos históricos. Ora, tendo em conta o calor que faz, e o
almoço dos enciclopedistas já no próximo fim-de-semana (enfim, não de
todos, porque marcaram o almoço para um lugar muito à desamão aqui de
Berlim), há que dar de beber às gentes, e portanto escrevo um post
em contramão.
Queria falar do creme
nívea que a minha mãe espalhava em generosas camadas nas costas dos
cinco filhos. Grande seca essa: espalhar e ser espalhado. De modo que
éramos aviados em pinceladas fartas, e depois andávamos pela praia com
ar de quem caiu num balde de tinta branca. Muitos anos depois vim a
saber que o Nívea não presta para nada em termos de protecção contra
cancro da pele. Ah! Isso pensam eles! A camada que a minha mãe nos punha
era uma muralha intransponível, hehehe.
Isso era o que queria
contar, esse meu trauma de infância (já disse que era uma seca
monumental?) mas depois fui à procura de uma figurinha para aqui deixar,
e descobri que há tempos a Nívea foi para tribunal defender a
exclusividade do seu azul. É que a cor é um elemento fundamental para o
reconhecimento do produto, e nenhuma empresa quer ter a concorrência a
ir à boleia do seu esforço de instalação no subconsciente dos
consumidores. Em tempos foi a Milka que exigiu para si o monopólio das
pastas de chocolate em papel lilás (e ganhou: quando um miúdo disse que
achava que as vaquinhas que davam o leite para aquele chocolate eram de
cor lilás) (estou a brincar, não foi por causa do miúdo) (mas é verdade:
há mesmo miúdos que acham que as vacas são dessa cor - é o que faz
serem mimados com chocolates em vez de serem postos na vida real a
mungir vacas e assim) (ai, cala-te boca, que hoje é o dia mundial contra
o trabalho infantil).
Voltando ao azul Nívea: o tribunal mandou
fazer um inquérito para ver qual era a marca associada a produtos de
cosmética em tom azul. Mais de metade das pessoas disseram "nívea!" e
foi assim que a empresa ganhou o processo.
Isto estamos aqui, estamos no fim do mundo: se agora até os processos da Justiça são assunto para referendo!...
2 comentários:
Acabei de ler este texto e reparei logo na caixa azul da nivea que tenho aqui ao meu lado na mesa do escritório("nivea" é sem acento não é? pelo menos aqui na caixinha não vejo nada, mas posso já estar a ficar ceguinha). Tenho a lata aqui comigo para obrigar-me a colocar creme nas mãos todos os dias, mas nem sempre corre bem. Conselho: não colocar perto do computador como eu fiz no outro dia, quando peguei nela estava quente como sabe-se lá o quê.
Nunca tinha comentado aqui, mas aproveito para lhe dizer que gosto muito do seu blogue. A sério, gosto mesmo. Quase todos os dias passo por cá e gosto de ler os seus textos, acompanhar as suas aventuras, ver as fotos, ler as notícias, opiniões e afins. No outro dia até estava a comentar com o meu namorado um texto seu, volta e meia falo de si :) Existem notícias até que só sei por aqui e os seus textos de opinião fazem-me sempre ficar a pensar, na verdade muitos dos seus textos ajudaram-me a ver as coisas de outra forma, de outra perspectiva. Aliás, pelos seus textos fiquei a conhecer de histórias e pessoas que nunca tinha sequer ouvido falar e por isso agradeço-lhe imenso.
Dito isto, espero que continue a escrever, seria um desgosto deixar de a ler.
Elsa Neves
Geralmente as palavras na Enciclopédia têm de ser em português. Daí "nívea". Mas claro que muitos falaram de "nivea" (que se pronuncia com acentuação no "ve" e com "á" no fim).
Obrigada pelo elogio!
E vou continuando por aqui, claro. Que seria de mim sem um lugar para dar a minha água sem caneco? :)
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