30 maio 2017

le voyage dans la lune

(fonte: "Le voyage dans la lune", 1902 - Jason Shulman/Guardian - fotografias de exposição ultralonga, para condensar um filme completo numa imagem só)





O Education Project deste ano na Filarmonia é uma ópera do Andrew Norman, novinha em folha, inspirada no filme "Le voyage dans la lune", feito em 1902 por George Méliès.

É a minha segunda ópera em projectos destes, e talvez seja a última - não se sabe se o sucessor de Simon Rattle vai dar continuidade a este tipo de trabalho com crianças, jovens e cantores amadores.

A estreia mundial será em Berlim no próximo dia 17 de Junho. Repete a 18, e depois será apresentada por outro elenco em Londres (com Simon Rattle e a Sinfónica de Londres) e Los Angeles (com Dudamel e a Sinfónica de Los Angeles).

A história passa-se na lua, mas vou avançando de pés bem assentes na terra: a aprender "moonish" (uma língua que só tem vogais: aeiIou, uai, ieo, aie e por aí fora), a treinar andar na lua, e fazer vénias à rainha, e acertar os meus movimentos pelos do líder de cada um dos grupos, e não me enganar na parte em que bato palmas e na outra em que só canto, e no ritmo, e nas costas redondas, e no balanço para cima e para baixo mas não para um e para outro lado, e por aí fora.

Tenho duas semanas para aprender tudo isso, e para actuar e cantar com convicção, com a certeza absoluta que é assim mesmo.

Pés bem assentes na terra, disse? Mais abaixo, mais abaixo: tenho a autoconfiança ao nível da terceira subcave.

(Mas é como diz o Pennac no seu maravilhoso Chagrin d'École: se não sei, só tenho uma solução - arregaçar as mangas e desatar a trabalhar.)




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