With all that Congress has to work on, do they really have to make the weakening of the Independent Ethics Watchdog, as unfair as it— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 3. Januar 2017
........may be, their number one act and priority. Focus on tax reform, healthcare and so many other things of far greater importance! #DTS— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 3. Januar 2017
Sinais dos tempos: os republicanos da Câmara dos Representantes estavam a mexer-se para reduzir o poder da Comissão de Ética (o órgão independente que investiga os legisladores), e foram obrigados a recuar por causa de dois tweets de Donald Trump.
O jogo da política, os debates, as cedências, os consensos, os acordos (e é melhor nem falar na diplomacia, nos estudos, nos conselheiros especialistas): tudo isso se substitui por um simples "quero, posso e twito".
Donald Trump lembra-me um Presidente-Sol (l'État c'est moi), um cowboy justiceiro que dispara mais rápido do que o pensamento (com uma conta de twitter em vez da pistola). Lembra-me o tom das anedotas do menino Zezinho (sabem, aquele miúdo malcriado e espertalhão que se movia sempre no limite do socialmente aceitável), ou o Indiana Jones naquela famosa cena de brutalidade versus arte marcial:
E nós a assistir, pasmados: então agora os Estados Unidos conduzem-se assim?!
Boeing is building a brand new 747 Air Force One for future presidents, but costs are out of control, more than $4 billion. Cancel order!— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 6. Dezember 2016
E não é "só" ao nível dos jogos políticos. Os tweets do presidente também têm efeitos imediatos e graves nas empresas - como este tweet contra a Boeing que, além de apresentar números fantasiosos, parece ter sido uma reacção a uma crítica de um chefe da empresa que não terá agradado a Trump, e por algum tempo provocou uma baixa de mais de mil milhões de dólares do valor da empresa na Bolsa. Por sua vez, a Ford desistiu de fazer uma nova fábrica no México, para em vez disso reforçar a sua produção nos EUA, enquanto - ao que parece - as suas chefias redobram os elogios à acção do presidente. Redobram as cautelas, a bem dizer. E nós a assistir, pasmados.
Em suma: quero, posso, tuíto, e estou-me nas tintas para as possíveis consequências.
Será que o nome deste fenómeno é "ditadura"? "Ditadura 3.0"?
É tudo tão novo, tão inesperado, tão anormal, que quase me sinto tentada a assistir com curiosidade a estas experiências de poder - se não estivéssemos perante um caso muito sério e muito próximo de nós, aqui no único mundo que temos.
1 comentário:
Jesus teve Herodes, nós temos Trump....
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