09 janeiro 2017

empty nest

O Matthias foi de passeio no fim-de-semana, e levou o Fox.

Passei dois dias e meio a sentir a falta do bicho. Dias lindos, formidáveis, de neve fresca e céu azul: e eu sem o Fox para me levar ao lago. Os brinquedos dele espalhados por aí, a lembrar a sua ausência: eu a suspirar. A tigela com água fresca: em vão.

O Matthias queixa-se que eu sinto mais a falta do cão que a do filho. Mas a culpa é dele: se me viesse cumprimentar efusivamente de cada vez que fica cinco minutos sem me ver...

Por sua vez, a Christina, a engraçadinha, uma vez disse "quem me dera ser o cão daquela mulher" - e apontou para mim. Grrrr!

A minha sorte - e agora estou a falar a sério - é que só o cão vive numa dependência de afectos quase sufocante. Os filhos cresceram e fazem-se à vida. Vão e vêm. É bom vê-los cá por casa, mas somos cada vez menos o centro da sua vida. Os nossos miúdos são agora os nossos graúdos. Encontramo-nos num plano diferente.

Empty nest?
Nova fase, novos desafios, novas descobertas, novas alegrias. 


4 comentários:

Goldfish disse...

Quando me falam em "substituições" e de como quem sente que o cão é parte da família está a sentir algo pouco natural - aqui em Portugal isto de se gostar de animais ainda é complicado - costumo pensar em como a minha cadelinha, com os seus já 9 ou 10 anos, é sempre a minha bebé, ao contrário do meu menino que, apenas com 3 e meio, já vai voando mais e mais longe do ninho. :)

Helena Araújo disse...

Quais substituições, quais carapuça!
Sei perfeitamente a diferença.

(Além disso, os meus filhos não sabem abanar a cauda com aquele entusiasmo contagiante e comovedor.)

;)

Goldfish disse...

:D Hei-de dar a resposta da carapuça da próxima que me chatearem!

Helena Araújo disse...

Pronto, agora a sério: não ponho o animal ao mesmo nível das pessoas, mas é impossível ficar indiferente à sua inteligência e sensibilidade. Além disso, o facto de ser doméstico, ou seja, existir em função das pessoas, aumenta a nossa responsabilidade.

Cá em casa estamos todos de acordo: o nosso cão melhorou-nos a todos. Tornou-nos mais extrovertidos, mais atentos, menos egoístas.
Eu digo, com uma piscadela de olho, que o cão nos humanizou.