07 abril 2016

estão a brincar?



NOTA: depois de publicar este post, avisaram-me que confundi duas peças diferentes. O que está a ser analisado pelo Ministério Público é um poema lido noutro programa. E esse poema é muito mais ofensivo que esta canção. (Do género afirmar que o Erdogan gosta de ter sexo com cabras, e felattio com ovelhas, e que é perverso, gay, piolhoso...)

Não apago o post publicado, mas fica o aviso que de está errado. Peço desculpa pela confusão.
Independentemente deste episódio, mantenho a última parte do texto, a partir de "mas agarrem-me, que".

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Na semana passada, um programa satírico alemão apresentou a canção sobre o Erdogan que está neste vídeo (com legendas em inglês). Já lhes vi piadas bem mais fortes do que esta, que praticamente se limita a repetir o que lemos frequentemente nos jornais. Mas chegaram protestos da Turquia, e de dezenas de pessoas residentes na Alemanha.
A Angela Merkel viu-se obrigada a declarar que se trata de uma "ofensa propositada" (nem quero pensar nas palavras que encontraria para descrever o "Heute Show"...) (e talvez fosse boa ideia enviar à chanceler um dicionário marcado na palavra "sátira").
O vídeo foi retirado da mediateca do canal (não sei quanto tempo ficará esta cópia no youtube - aproveitem enquanto existe), e o Ministério Público está a analisar as queixas que têm chegado, para decidir se pode ser considerado caso de "ofensa a órgãos ou representantes de Estados estrangeiros". O autor do programa incorre numa pena que pode ir até 3 anos de prisão.

Devem estar a brincar. Agora o primeiro de Abril dura uma semana inteira, deve ser isso.

(E eu nem sou muito Charlie, nem achei graça nenhuma à provocação das caricaturas do Maomé. Mas agarrem-me, que se me deixassem estava capaz de mandar que não saia mais nenhuma exportação de armas alemãs, e que se pague bem à Grécia para dar boas condições de alojamento aos refugiados enquanto não se decide se voltam para casa ou se vão para outro país da Europa, e vamos embora para a frente por caminhos de decência, que isto de fazer acordos com gente que não respeita princípios básicos da Democracia é como andar no meio de gente com gripe: arriscamo-nos a apanhar a doença.)


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