05 janeiro 2016

adeus, Texas


(foto tirada da notícia do Spiegel, aqui, em alemão)

Não é que o Texas estivesse propriamente na minha lista de lugares a visitar antes de morrer, mas agora está claramente na minha lista de lugares a evitar a todo o custo.
Para Faroeste, bastaram-me os livrinhos que os meus irmãos compravam no alfarrabista, e eu lia na cama aos domingos de chuva (sempre iguais: os bons e os maus, o revolver no coldre, o tiro entre os olhos, o corpo a retesar-se no ar e a cair para trás, o sangue a sair da boca, o pistoleiro bom a abraçar a mocinha pela cintura estreita para lhe pespegar um beijo no fim do livro), enquanto desbastava pacotes de bolacha Maria.
Entretanto aprendi umas coisitas. Nomeadamente que toda a gente tem a mania que o seu é que é o lado dos bons, e que a desgraçada da mocinha acaba por ser beijada não pelo melhor, mas pelo mais rápido no gatilho.
Adeus, Texas. Não tenho o menor interesse em visitar uma terra onde as pessoas andam de coldre e revolver à cintura.



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