26 novembro 2015

a airbnb/Berlim e os refugiados

Ontem estive num encontro organizado pela airbnb de Berlim: uma conversa entre pessoas do UNHCR e quem tem quartos disponíveis para alojar refugiados.
Contaram que, ultimamente, todos os dias entram na Alemanha entre 6.000 e 10.000 refugiados. Há uma enorme onda de boa-vontade para os acolher, mas estes números são tão absurdos que ninguém consegue juntar as pontas: de um lado há quartos disponíveis e gratuitos para eles, do outro lado há pessoas a dormir em tendas. E também há a desconfiança: muitos refugiados têm medo de ir com alguém que lhes diz (numa língua desconhecida) que a paróquia x tem quartos para os alojar naquela noite.
O pessoal da airbnb perguntou-nos o que é que a empresa pode fazer para ajudar. Ando cá a pensar umas coisas, mas preciso de as amadurecer. De facto, o que é desesperadamente necessário é haver quem seja capaz de juntar as pontas.
Entretanto, a airbnb faz uma coisa muito útil nos países do corredor de refugiados: oferece alojamento gratuito aos voluntários que vão para essa região prestar apoio.

(Isto não é um post de publicidade paga, mas achei curioso esta empresa desviar as pessoas que lhes garantem o ganha-pão para uma causa que lhes vai custar dinheiro - ou, explicando melhor: se eu optar por arrendar os meus quartos a refugiados, a airbnb vai deixar de ganhar comigo. Ontem explicaram a quem nos devemos dirigir e quanto é que podemos receber do Estado alemão para um arrendamento de dois meses a refugiados. E o chefe ainda perguntou: "como é que a airbnb pode ajudar?")


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