27 setembro 2015

maratona de Berlim 2015, ou: coitadinha da Nike


(foto: Bild)

Longe vão os tempos em que fazíamos uma spaghetti-party na véspera da maratona, nos levantávamos de madrugada para ir de S-Bahn para o centro da cidade, e dividíamos trabalhos (uns corriam a direito, outros corriam de um lado para o outro como maluquinhos para os aplaudir em vários locais diferentes do percurso). Longe vão até os tempos de irmos calmamente ver e aplaudir o pessoal a passar na Olivaer Platz, bem perto da nossa casa.

Estamos velhos. Hoje vimos o fim da maratona na televisão. Tentávamos adivinhar o ponto do percurso pelas lojas que se viam ao lado. Descobrimos que vista do ar, a pique, a cidade está belíssima de Outono. E a cada passo víamos imagens do campeão a correr, e estranhávamos os estranhos adereços nos sapatos. Que era aquilo, que era aquilo? Que ideia mais louca, correr com uns sapatos enfeitados daquela maneira!

Vimo-lo passar a porta de Brandeburgo (foi nessa parte que o Joachim sentiu saudades dos dias em que corria a maratona) e a atravessar a meta, e foi então que explicaram: as palmilhas tinham-se soltado, e foram saindo por trás do pé. Para não perder tempo, ele continuou a correr. Cheio de dores.

Coitadinha da Nike. Pergunto-me que é que vai fazer para descalçar esta bota... 


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