19 agosto 2015

singing hands

De uma entrevista que ouvi na RBB Info Radio:

Laura Schwengber tinha doze anos quando o seu melhor amigo ficou doente e perdeu o ouvido e a visão. Inventaram uma espécia de fala (tocava-lhe a boca e era M de "mouth", tocava-lhe o nariz e era N de "nose") (a minha maldita costela do Porto perguntou logo o que é que ela tocava para a letra P) (a cabeça, claro, que é onde há piolhos) (o que é que vocês pensaram, hã?!). Adiante. Anos mais tarde, decidiu especializar-se em linguagem gestual. Ela estava cheia de dúvidas sobre o que devia estudar, e foi esse amigo que lhe chamou a atenção para algo que ela já fazia - e muito bem - desde pequena.

Um dia foi à discoteca com amigos surdos-mudos, e um deles perguntou-lhe como era a letra da canção que estava a passar, porque alguma coisa não fazia sentido: ele sentia a energia da música, muito agitada, mas os casalinhos estavam todos romanticamente abraçados. Ela começou a traduzir, o que provocou muitos boatos e gargalhadas nos restantes elementos do grupo, que a viam dizer ao amigo: "adoro-te, não consigo imaginar a minha vida sem ti, etc."

Foi assim que nasceu a ideia de fazer chegar as músicas mais perto dos surdos. No duche, a Laura começou a cantar em linguagem gestual. Daí passou para os palcos, e chegou a algo como o que se vê neste vídeo:




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