11 julho 2015

o Houdini português



Esta manhã, ao sair com o Fox, não sei que aconteceu que lhe deu a tola, e daí a nada já andava a saltar por cima das cercas dos vizinhos. Até que aconteceu como tinha de acontecer: ficou com a coleira presa numa estaca. Por sorte é uma coleira de peito, e não estava a sufocar, mas desatei eu também a dar saltos por cima das cercas, para lhe acudir rapidamente. Quando cheguei à estaca, só encontrei a coleira - o Fox já ia três casas à frente, a saltar nu como veio ao mundo.




Tive de pôr uma rede no parapeito do terraço, porque o nosso Houdini ganhava lanço para conseguir saltar para cima do muro sem bater no corrimão (um daqueles saltos em voo à super-homem), e logo a seguir tinha de meter travões a fundo para não escorregar na plataforma de metal liso e cair do outro lado, oito metros abaixo. Para ele é importante: do cimo do muro vê a rua toda, e desata a ladrar: hei! estou aqui! hei! olhem para mim! hei! aonde a vista alcança, é tudo meu! hei! sai da minha rua, ó ciclista! hei! hei, agarrem-me que eu vou-me a eles! hei! desaparece da minha vista, ó cão dez vezes maior que eu, que aqui ao muro sou mais que eu!
(já disse que é português, este nosso Houdini?)

(O Joachim acha a rede feia. Eu também acho, mas mesmo assim não é tão feia como o Fox ficaria depois de uma queda livre de oito metros. Os amigos disseram-nos para pendurarmos conchas e peixes de plástico na rede, para dar um ar de mediterrâneo. Quem tem amigos como os nossos...)


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