17 julho 2015

a formiga e a cigarra



Este ano o Cinemagosto teve mais uma ideia genial (cof cof cof) (estes pólenes...): alargar a mostra de cinema português também a outras artes, dando mais visibilidade a artistas portugueses residentes em Berlim. Falámos com o cinema, que gostou da ideia, e depois convidámos a Maria Leonardo, que é fotógrafa. Estava tudo a correr muito bem, quando o cinema disse que afinal não ia poder dispor do espaço previsto para a exposição de fotografia.

Somos portugueses, não nos atrapalhamos com tão pouco: imediatamente arranjámos soluções alternativas, e decidimos explorar a possibilidade de associar ainda mais os dois hotéis de cadeias portuguesas em Berlim a este evento, fazendo neles a exposição. O Hotel Pestana recebeu-nos no próprio dia em que pedimos, com o director hoteleiro, o director financeiro e os técnicos que nos responderam imediatamente a todas as questões de ordem prática. O Hotel Sana recebeu-nos logo a seguir - apesar de ser encerramento do mês e estar cheio de trabalho, o director financeiro atendeu-nos com imensa gentileza e paciência, e respondeu a todas as perguntas.
De modo que ao fim do dia eu estava numa de "agarrem-me, que ainda vou dizer bem do sistema capitalista..."

Ora bem: aquela história da cigarra e da formiga está muito mal contada. O que eu vi na semana passada foi formigas extremamente atarefadas a arranjar tempo para parar e falar com as cigarras, em atitude disponível e generosa, e a ajudar a resolver o problema sem mais demoras. As cigarras, por sua vez, trabalham que até parecem formigas - o Hannes Reiss e a Anabela Moutinho que o digam (e a Maria Leonardo, na parte que diz respeito à exposição de fotografia, mas isso é assunto para outro post).

Já eu, que tenho andado a formigar noutras lutas, no Cinemagosto sinto-me um pouco como o outro que só cá veio ver a bola. Mas digo-vos que está a ser um jogo fantástico.


(roubei aquela fotografia descaradamente do mural de facebook da Maria Leonardo)


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