06 fevereiro 2015

a Berlinale à esquina da Filarmonia - e eu no meio, a roer nozes sem dentes



Neste vídeo há uma longa conversa entre Vesa Sirén, um finlandês especialista em Sibelius, e Simon Rattle. A conversa é longa, para que não se diga que o que é bom acaba muito depressa. Estava capaz de a ouvir de novo.

A conversa assinala o ciclo com todas as sinfonias de Sibelius na Filarmónica de Berlim, que desta vez tive a sorte de poder acompanhar. Ontem estive nos bancos do estrado, mesmo de frente para o Simon Rattle, para saborear a primeira e a segunda sinfonia. A segunda em especial, cuidado com ela: perde-se o pé.



No fim do concerto passei pela zona da Berlinale a buscar o programa (sim, estou ligeiramente atrasada - algo me diz que quando tiver escolhido os filmes já o festival terminou) e a ver como paravam as modas. Estavam bastante paradas - o filme da abertura ainda não tinha terminado. Fiquei um pouco ao lado dos profissionais dos autógrafos, a apreciar o trabalho deles. Impressionante: reconhecem os famosos bem ao longe, tiram velozmente da pasta as respectivas fotografias e, quando a vítima chega perto, saltam-lhe em cima. A vítima lá larga meia dúzia de autógrafos, e avança.
Eu, que desconfio que seria capaz de passar pelos meus próprios filhos sem os reconhecer, olhava para aqueles anónimos bem parecidos e fotografava-os. Algum dia saberei quem eram - para esquecer logo a seguir.

Este primeiro parece-me que já o vi algures, onde será?
Às tantas é meu vizinho, devia tê-lo cumprimentado.


Este segundo, também tem um não sei quê. Se calhar tem um cão, e cruzamo-nos no lago.


Os dois últimos, sei quem são (perguntei aos profissionais dos autógrafos): Rosa von Praunheim e Iris Berber. Se um dia destes me cruzar com eles no supermercado, já os reconheço. Desde que levem a mesma roupinha, claro.






A Iris Berber até tinha um xaile bem bonito para os ombros, e bem preciso era, que estava um frio de, enfim, um frio de princípios de Fevereiro em Berlim. Mas mal viu as câmaras de televisão pediu logo ao acompanhante que levasse ele o xailezinho.

Quando vir neste tapete uma senhora bem agasalhada e rodeada de câmaras de televisão, vou olhar com mais atenção: só pode ser uma enorme dama do cinema. As que são apenas famosas sentem-se obrigadas a passar frio, por alguma razão que não conheço.


2 comentários:

Paulo disse...

Capazes até de apanhar alguma gripe.

Helena Araújo disse...

:)