18 novembro 2014

Brahms & Schumann



A seguir ao Verão a Filarmónica de Berlim teve um ciclo Brahms & Schumann: par a par, as sinfonias dos dois compositores, da primeira à quarta. Tive imensa pena de não poder ir, mas estava em Portugal.
(Não sei como faço para estar sempre do outro lado da Europa quando as coisas acontecem... - excepto quando caiu o muro, nesse caso estava apenas do outro lado da Alemanha; ou quando foi o 11 de Setembro: estava do outro lado dos EUA) (sou um caso irremediável de acertar em cheio sempre ao lado)

Ora bem: se Maomé não vai à montanha... o Digital Concert Hall está a disponibilizar gratuitamente o primeiro concerto dessa série.

Curiosamente, ontem ouvimos esta sinfonia nº1 do Schumann na Filarmonia, com o Paavo Järvi e a Staatskapelle Berlin - uma orquestra que festeja agora 444 anos de existência e cujo actual director artístico é o Barenboim.
(Nunca deixarei de me surpreender com os critérios divinos da distribuição das nozes.)

"E a Maria João Pires?", perguntarão. "Então o concerto de ontem não era com ela?"
Pois, que superlativos querem que eu invente, algo que seja realmente novidade, quando se trata de um concerto da Maria João Pires?
Um Mozart muito moderno e desempoeirado. Um encore tocado com leveza e alma (ó pra mim a inventar outra vez a roda no que diz respeito a críticas musicais a esta pianista), que ninguém me soube dizer de quem era. Perguntei ao pessoal que encontrei com instrumentos musicais no bar, depois do concerto, e eles: Satie? Some Brazilian guy? Chopin?
(Tão bom descobrir que estas coisas também acontecem aos outros, mesmo aos que andam a passear um instrumento musical pela Filarmonia...)

"E o Paavo Järvi?", perguntarão alguns, "então não era um dos que se falava para substituir o Rattle?"
Bom. Muito bom. Ainda tem de frequentar umas aulitas de Dança Expressiva, mas não está nada mal. O problema dele, contudo, é que o Dudamel já frequentou essas aulas, e além disso tem uma cabeleira mais efusiva.  
(Quem quiser algo de verdadeiramente novo nos critérios da escolha de maestros: pergunte-me a mim.)

Para terminar, boas notícias: parece que este não era um concerto de despedida da Maria João Pires. Parece que no próximo ano regressa a Berlim. Pois que venha sempre, e que me venha iluminar os próximos cinquenta aniversários, pelo menos!


2 comentários:

Paulo disse...

Ah bom! Já cá cheguei. Oxalá ela resolva não arrumar as malas para já. Gostava de a reouver.
Então não sou só eu que fico sem adjectivos quando a ouço?

Paulo disse...

E foi presente de aniversário? Uau.