(fonte)
À parte termos tido um acidente no caminho para a Gulbenkian, tudo correu tão bem que eu comecei a desconfiar que Deus, lá do seu assento etéreo, estava a mexer furiosamente os cordelinhos. De repente demos connosco a meia dúzia de metros do Orhan Pamuk, alguém se dirigia a ele para perguntar discretamente se estaria disposto a responder às nossas duas perguntas, o Pedro já o estava a filmar e eu - esta foi a parte em que Deus se distraiu um bocadinho - preparava-me para entrevistar um simpático cavalheiro bastante parecido com os turcos que eu conheço de Berlim, e que não era o Pamuk. Maldita memória visual, que só me envergonha, e malditas fotografias da net, que não avisam que este escritor é um belo pedaço de homem, alto e bem parecido.
Ele não quis. Abanou a cabeça, "no! no! no!"
Pensei nas dificuldades por que já passou por causa deste assunto, e compreendi. Tanto mais que nós aparecíamos do nada, sem lhe dar tempo para se preparar convenientemente. No lugar dele, teria feito o mesmo.
Em suma:
Alá 1, Jeová 0
(Ou Jeová 1, mas foi um daqueles golos que ele marca por balizas tortas: agora, ao ler os livros do Pamuk, vou ter uma motivação extra. Mais estética, digamos assim.)
4 comentários:
Pois deste -me também a mim uma motivação extra:-)
Podes crer, Gi, podes crer! :)
Oh pá, fizeste-me lembrar do horror que eu sentia quando ia entrevistar pessoas que nunca tinha visto pessoalmente.
Calita, se soubesses a água que eu meto com esta minha maldita memória visual... :)
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