09 outubro 2014
making-of: "mais te amarei, Arménia órfã, queimada de sangue, minha."
Esta miúda é uma delícia.
Nasceu na Arménia, agora vive em Berlim, e passa os domingos na escola arménia.
Recitou para nós um poema de Charents, "my sweet Armenia", um poema de amor à sua terra.
Aventuras de fazer um filme sobre os arménios: como traduzir um poema arménio para português, tirando a média ponderada, digamos assim, da tradução literal e mais umas cinco versões poéticas em línguas diferentes? Não sei se o Charents terá dado algumas voltas na sepultura (*), mas eu gostei de ter corrido este risco, e do resultado. O pessoal aqui da Terra Líquida Filmes é que deve pensar que sou um bocadinho maluca - eles a trabalhar a toda a brida, e eu parada, a olhar para o vazio, a murmurar fragmentos de frases.
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(*) Pobre Charents, morto na prisão e enterrado em local desconhecido. Ao fim de muitas décadas encontraram ossadas do seu corpo com sinais de torturas brutais, e sem cabeça.
Na União Soviética estalinista, podia-se morrer de poesia e amor ao seu povo.
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3 comentários:
Helena:
Foi uma surpresa. És tu a Helena Araújo do filme que tenho visto referenciado na imprensa. Vou vê-lo.
Que cumpra a sua função de inquietar.
Paulo Melo
Pois sou, Paulo.
Já recebi uma encomenda para o mostrar no próximo ERT. :)
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