Sábado à noite partimos para, como dizia o nosso anfitrião, "uma graaaande aventura! uma viagem pela geografia dos vinhos!"
Partimos, é como quem diz: eu tinha de levar o carro para casa, pelo que me deixei ficar pela Itália: copito e meio de prosecco. Os outros largaram à desfilada: Itália, França, Espanha, e ali para os lados da África do Sul começaram a cantar canções revolucionárias das terras deles.
Em algum momento havia de sobrar para mim, e estava para lhes cantar as "Trovas do vento que passa", ou o "Não há machado que corte", para lhe mostrar que enquanto outros países fazem a Revolution nós cá, os portugueses, fazemos a Revoluschön, mas o Joachim disse "então vamos cantar o Grândola", e começou logo.
Ficaram muito impressionados - convenhamos que não é difícil impressionar viajantes de etílicas viagens, quando a jornada já lhes vai longa - e daí a pouco vinha um convite para outra aventura: daqui a umas semanas vai haver em Berlim um encontro sobre não sei quê, o futuro da Europa e assim, e era giro eu aparecer lá a cantar o Grândola, para lembrar aos políticos europeus a essência que deve orientar o seu agir, e tal (penso que por essa altura já iam na Austrália).
Agora só tenho de perguntar qual era o nome do prosecco que bebi, e beber copito e meio antes de começar a aquecer a voz, e perguntar o nome dos vinhos todos que eles beberam, para servir aos políticos europeus, e tudo há-de correr o melhor possível. Só não sei é se no day after ainda se lembrarão do que lhes quis ensinar sobre a Europa...
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Como sempre, estou quietinha no meu cantinho, e Deus lembra-se de despejar silos inteiros de nozes para cima de mim. Não me queixo, não me queixo, e até já ando a treinar a segunda voz do "como se fosse a Primavera", pelo sim pelo não. É que, por este andar, quando menos esperar ainda dou comigo a cantar em dueto com o Chico Buarque, e convém estar preparada para essa eventualidade...
2 comentários:
Essa cena deve ter sodo digna de se ver :-D
Eles a cantar, já um bocado animaditos? Sim, foi muito giro.
Quanto ao Grândola: tenho a consciência tranquila, não o profanei! :)
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