30 abril 2014

no centro de Yerevan



No centro de Yerevan há uma praça cheia de esculturas de artistas famosos, como o Botero ou a Joana Vasconcelos (hehehe). Também tem várias esculturas de coelhos, e não sei como interpretar o facto. Pode-se fazer fotografias, mas não se pode filmar, e os seguranças andam numa permanente roda-viva para impor respeito. A nós, chegaram a ameaçar que nos levavam para a prisão. Mas não levaram, e foi pena, porque ia dar umas parangonas lindas em Portugal. Os Ai Weiwei portugueses, hehehe.  
 



Como passar de "Olhó passarinho!" para "Olhó polícia!" em menos de cinco segundos: 


Coelhos, por exemplo este - a saltar da "viagem do elefante" para a Joana Vasconcelos:
  


Perto da Ópera, aos fins de semana, dezenas de pintores expõem os seus quadros à volta da estátua de Martiros Sarian. No meio de quadros de maior ou menor qualidade encontrei um pintor com uma sensibilidade extraordinária, e quase cedi à tentação de lhe comprar um quadro inspirado por um poema de Gregório de Narek (místico do fim do primeiro milénio): 

On the wings of my soul 
I have soared through endless generations of mankind...

O problema é que os quadros que correspondem melhor ao seu estado interior, quando sente que entendeu o poema, não são para vender. De modo que não fizemos negócio, e ainda bem: que cabimento teria pendurar a alma deste homem numa parede em Berlim?






Antes de adormecer, espreitei a paisagem da minha janela. Ali onde a luz acaba começa a Turquia. Há uma base da NATO no sopé do Ararat, o que torna a Arménia um território estratégico para a Rússia. E assim vai a vida.




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