07 abril 2014

conversa

Convidámos para a nossa mesa um grupo interessante de arménios, provenientes de diversos países. Nem sequer falavam o mesmo arménio - há o oriental, o ocidental, e dezenas de dialectos; e também há as pessoas da terceira geração da Diáspora que falam o arménio de trazer por casa que a avó lhes ensinou, uma versão bastante rudimentar da língua - e mesmo assim num instante se criou um ambiente muito caloroso e familiar.
No fim, combinámos que havemos de os convidar todos outra vez, para continuar a conversa sem as câmaras, o photoshop em pó, e a trapalhada de preparar o cenário por trás das nossas conversas.

"É que hoje fiz um amigo"? Parece que sim. Ainda agora começámos, e a vida já me está a correr bem.

Uma das mais jovens disse que, na realidade, não precisa de falar e escrever arménio, mas que o faz porque se sente responsável por transportar a herança do seu povo.
Curioso: nunca me ocorreu que sou a portadora de algo valioso para o meu povo, assumindo uma responsabilidade que me inscreve numa história muito maior que eu.
Qual é a herança do meu povo que devo transportar de forma consciente?
Devo?




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