08 março 2014

a Arte de SobreViver

Do Breviário para a Quaresma de 2014, preparado pela Misereor:

Estar a salvo da fome é um direito humano básico. Inclui o direito a alimentação saudável e adequada, que se cumpre quando "todos os homens, mulheres e crianças, sozinhos ou em conjunto com os outros, têm a qualquer momento acesso físico e económico a alimentação adequada, ou meios para sua aquisição."
A realidade é outra: actualmente há 840 milhões de pessoas vítimas de fome ou subalimentação - facto que deve ser considerado como uma das maiores violações maciças dos direitos humanos do nosso tempo. O número de pessoas cronicamente subnutridas ou a passar fome não tem baixado ao longo das últimas décadas, e ultimamente tem até tendência para crescer. 

Para a Misereor isto é motivo suficiente para, como já tem feito tantas vezes, pôr o dedo nas feridas destas violações de direitos humanos. Apontando o exemplo do Uganda, e sob o lema "a coragem é dar quando todos os outros tiram", procura-se identificar as causas evitáveis da fome e provocar as mudanças necessárias a nível nacional e internacional na política agrícola, nas empresas agro-industriais e no comportamento dos consumidores, procurando até uma autêntica mudança de cultura. 

São estes também os objectivos deste breviário para a quaresma de 2014. O título "a Arte de SobreViver" refere-se tanto ao esforço de sobrevivência de muitas pessoas, como à arte de viver que, perante a fome que grassa no mundo, nos confronta com a nossa responsabilidade. "Arte de viver" significa viver de modo a que todos possam ter uma vida digna, significa justiça social e sobretudo solidariedade para com aqueles que lutam pela sua sobrevivência.

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Durante a quaresma, a Misereor envia todos os dias por e-mail um pequeno texto (eu recebo em alemão, inscrevi-me aqui). Em vez de nos propor as habituais privações voluntárias desta época litúrgica (não beber álcool, tornar-se vegan por umas semanas, não comer doces, ou outros do género), sugere que usemos uns minutos do nosso dia para pensar num futuro diferente, e no nosso papel na sua construção.


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