08 fevereiro 2014

empty nest syndrom




A Christina saiu de casa na semana passada. Que começa a ser tempo de ter uma vida independente, e tal, e coisa. Concordámos (que remédio) desde que não tenhamos de pagar as despesas.
O Matthias está de férias, mas a preparar-se para os exames do fim do secundário. Dorme o dia quase todo, estuda à noite. Diz que é muito melhor trabalhar numa casa sossegada.

Numa casa sossegada passo eu os dias. O único que volta e meia traz alguma animação é o Fox. Põe-se aos saltos a olhar para mim, para me lembrar que são horas de ir à rua, traz-me coisas para brincar com ele, ou vem dormir para debaixo da minha cadeira.

Ontem o Matthias levou o Fox para irem passar a tarde com a Christina. A casa ficou em silêncio, e eu a trabalhar ao computador. De cada vez que espreitava para debaixo da minha cadeira - não fosse movê-la e magoar o Fox sem querer -, ao dar com o chão em vez de um novelo laranja, sentia-me abandonada.

Para o que uma pessoa está guardada: acontecer-lhe um empty nest syndrom com o cão?!


2 comentários:

Gi disse...

Deixa-me dizer-te, Helena, que a ausência de um cão é um vazio muito difícil de suportar.

Helena Araújo disse...

Porque a presença também é diferente, não? Esta entrega e dependência total condiciona-nos de uma maneira diferente que com os filhos.