08 fevereiro 2014

71'


Um soldado deixado para trás numa Belfast repleta de ódio, tenta orientar-se na cidade e pelo meio de um intrincado jogo de interesses e traições. Acossado, ferido, sem saber onde está o inimigo e como encontrar os seus.
Sendo um filme de guerra, um filme sobre a estupidez da guerra, talvez tenha de ser assim mesmo: confuso, escuro, com movimentos desconcertantes da câmara. Talvez a morte seja assim crua, talvez as crianças sejam capazes deste ódio visceral e arrogante. Talvez não haja outra maneira de filmar a guerra senão esta, na qual tudo é demasiado.
No entanto, para lá dos excessos da acção e da complexidade do enredo, falta a 71' a profundidade que deixa um filme a trabalhar em nós.
A guerra é uma estupidez? Curioso, ainda ninguém tinha reparado.

**

Momento CARAS na Berlinale:

O Yann Demange é tão bonitinho que até parece italiano. A Charlie Murphy também tem a sua graça. Tenho de ver se arranjo de tomar uns cafezinhos com o Christoph Waltz, porque sem um contacto mais pessoal não o consigo reconhecer no tapete vermelho, e é uma ansiedade escusada olhar para todos os homens e perguntar "será este? ou não?" - agora percebo um pouco melhor o que o pobre do príncipe sofreu quando foi de pé em pé tentando encontrar a sua Cinderela.








2 comentários:

Paulo disse...

Estava a ver que este ano não tínhamos direito à reportage.

Helena Araújo disse...

Pedi, e ser-vos-á dado.
;-)