26 janeiro 2014

deixemos o Meco à polícia e às famílias das vítimas, e cuidemos nós da praxe

Há dias, sob o efeito dos rumores de que a tragédia do Meco podia estar ligada à praxe, escrevi um post sobre a cegueira da nossa sociedade em relação a estas práticas de totalitarismo.
Alertaram-me, e com toda a razão, para a precipitação desse comentário: não podemos tirar conclusões e exigir medidas a partir de meras suspeitas (estas em grande parte alimentadas, e até inflacionadas, por uma comunicação social desejosa de exibir o sangue na calçada, para vender mais). Tenho lido textos de uma enorme violência contra o único sobrevivente, o tal "dux". Não quero ir por aí.
Este passo em falso, contudo, tem um aspecto positivo: os rumores deram origem a investigações e revelações chocantes sobre as praxes. Hoje sabemos muito mais sobre a realidade das praxes do que sabíamos a 15 de Dezembro de 2013.
Não é preciso esperar pelo resultado das investigações sobre o que se passou no Meco, e muito menos fazer um julgamento popular do sobrevivente, para falar sobre as praxes. Aliás: este debate, para ser racional e profícuo, tem de ser todo feito à margem da tragédia do Meco. Não estamos a procurar um culpado para aquela tragédia - isso é coisa para a polícia e os tribunais. Mas queremos aproveitar o conjunto de informações que surgiu após esta tragédia para um debate, exigente e responsável, sobre o que se passa hoje nos meios estudantis.

"Apontamentos sobre a praxe" será o marcador para alguns factos, ideias, comentários - meus e encontrados por aí.


4 comentários:

jj.amarante disse...

Para a colecção: http://delitodeopiniao.blogs.sapo.pt/a-praxe-nao-tem-lugar-num-mundo-6011042

Helena Araújo disse...

Sem dúvida! Obrigada.

Gi disse...

O miúdo sobrevivente é o dux veteranorum, Helena?

Sevla disse...

Analise serena e cuidada num assunto, até aqui, muito mal tratado. É sempre assim, quando são os filhos dos outros.