03 setembro 2013
"a força de uma democracia não reside em ser perfeita, mas em saber corrigir os seus erros"
Decorreu ontem no Parlamento alemão a sessão de apresentação de conclusões da comissão parlamentar que investigou os crimes cometidos pela NSU, uma célula neonazi que assassinou vários estrangeiros residentes na Alemanha, e o vergonhoso comportamento dos serviços de segurança (já falei deste assunto aqui).
Mais uma vez se pediu desculpa aos familiares das vítimas, ali presentes, e se reafirmou que este escândalo é não apenas uma falha dos serviços de segurança, mas de toda a sociedade. O presidente do Parlamento lembrou que a força de uma democracia não reside em ser perfeita, mas em saber corrigir os seus erros - o relatório da comissão, de 1200 páginas, inclui um programa com 47 pontos. Muita coisa vai mudar no trabalho das polícias e do próprio Parlamento.
Os trabalhos decorreram com dignidade e espírito de cooperação, como a gravidade do tema exigia.
No fundo, nada de novo numa Democracia vigilante como a alemã.
O único elemento inesperado foi um gesto simbólico, de imenso significado, que me comoveu: Joachim Gauck, o presidente da República, entrou no Parlamento juntamente com os familiares das vítimas, e assistiu ao trabalho do plenário sentado entre eles, nas bancadas do público.
(fotos)
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3 comentários:
Ainda não tinha cá vindo dizer que gosto muito deste texto, e do gesto.
Rita, e eu de lagrimita no olho ao ver as imagens do Gauck no meio daquelas pessoas? Para o que uma pessoa está guardada... ;-)
Fabuloso!
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