15 abril 2013

novas regras europeias para o resgate dos bancos

Procurei em Portugal notícias das propostas feitas em Dublin, na sexta-feira passada, sobre o funcionamento e o resgate dos bancos europeus, mas só encontrei esta tradução da Deutsche Welle para o Brasil. Aqui está o link:


Retiro uma parte do texto, sobre medidas propostas para salvar os bancos em dificuldades:

Segundo ele, quanto mais rapidamente a liquidação bancária for uniformizada nos Estados da UE, melhor. "A aprovação rápida das leis é necessária para tornar claro, desde o início, o procedimento comum de liquidação de bancos na Europa. Essa estrutura deverá regulamentar desde logo o bail in e a participação dos investidores." 
O termo bail in designa a participação dos acionistas e dos correntistas na liquidação de um banco. Como vários ministros de Finanças, Asmussen é a favor de que os primeiros a assumirem o ônus da falência sejam os proprietários, através de suas ações; depois, os grandes investidores com contas acima de 100 mil euros, seguidos por um fundo de garantia conjunto dos bancos, de financiamento privado e pelo país-membro em questão; só por fim deve ser onerado o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) – ou seja, o contribuinte da UE. 
No entanto, essa hierarquia de responsabilidade ainda é controvertida. "Importante é que os investidores conheçam de antemão as regras do jogo", sublinhou Asmussen. Essas regras devem estar estabelecidas já em 2015, e não somente em 2018, insistiu.

Portanto: o caso do Chipre foi um ensaio e, como dizia há tempos um jornalista alemão, num texto que traduzi, marcou o início da fase 4 na crise do euro. Depois da fase 1 (austeridade), da fase 2 (haircut) e da fase 3 (garantias do BCE), vem agora o envolvimento do próprio banco em questão. De futuro, quando um banco estiver em situação de falência, o dinheiro é dado como perdido por esta ordem:
- accionistas do banco
- investidores do banco
- depósitos acima de 100 mil euros
- fundo de garantia nacional
- fundos de estabilização do euro

Conclusão: quando me sair o euromilhões, devo criar várias contas em bancos diferentes, até um máximo de 100 mil euros por conta.
Quanto ao mais, não tenho grandes problemas - entre aumentar ainda mais as dificuldades dos contribuintes e reduzir o Estado Social para safar os bancos, ou envolver os responsáveis (accionistas e investidores) e também os beneficiários directos (depositantes), parece-me uma escolha fácil. Pelo menos enquanto não me acontecer o euromilhões.

Fosse esta a maneira de resolver os problemas à época em que o BPN entrou em situação de falência, e muito sofrimento se teria evitado aos portugueses.

(Quanto mais olho para as medidas propostas, mais me parece que o attac anda a mandar cartinhas à Comissão Europeia.)

2 comentários:

Conceição Paulino disse...

Gostei de vir cá parar, gostei do que li e vou levar para a minha página no facebook em: Maria Eugénio

Helena Araújo disse...

Obrigada, Conceição Paulino!
:)