(daqui)
Será que todos temos uma reserva de sabores míticos?
Não consigo esquecer um chá de menta que bebi numa espelunca perdida junto à estrada algures entre o Mar Vermelho e Luxor.
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E um chocolate que estava no frigorífico dos amigos com quem passei uma semana, quando tinha nove anos. Não me lembro do nome do chocolate, nem sequer da embalagem, mas nunca nenhum chocolate conseguirá ter aquele sabor perfeito.
E a roupa-velha do dia de Natal, com os restos da consoada. Sei que nunca serei capaz de fazer uma roupa-velha com aquele sabor. O molho de cebola e tomate que a "Semaria", a empregada da minha avó, fez uma vez para juntar às batatas cozidas. Não consigo esquecer o ar apetitoso do azeite a atravessar as cebolas em tiras grossas, os tomates maduros a rebentar de sol cortados em mil bocados, prontos para se juntarem à festa. O ar delicioso do molho na tigela junto às batatas.
(Comecei a fazer dieta. Já me disseram que uma dieta não basta, o melhor é fazer três ao mesmo tempo: sempre se passa menos fome.)
3 comentários:
:D
Tantos sabores miticos me vieram à cabeça, fizeste-me pensar naqueles 5 segundos antes da morte em que se faz o flashback da vida. A ideia de uma dieta tem o mesmo efeito, vêm-me à cabeça todos os sabores da minha vida. São mais de 300 assim de repente. Aconselho-te a dieta do bolo de chocolate da minha avo, o sushi coreano da minha vizinha, o frapé que se faz em Patmos e todas as massas que se comem na rua em Bangkok. Esta é uma dieta que tem dado imensos resultados, agora não sei é se também faz emagrecer.
dieta?...
Carla, se tiver de ir a pé aos sítios dos teus sabores, pois é claro que vai ser uma fantástica dieta...
Sem-se-ver: eu cá sei, eu cá sei.
Não é bem uma dieta, é mais uma selecção das coisas que deixei de trazer do supermercado.
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