Olá, Rita,
em suma, é isto: ainda agora cheguei, e já me está a saber a pouco.
No check in, a senhora perguntou-me se no voo para Lisboa queria um lugar à janela ou no corredor. Hahaha, que pergunta. O avião passou por cima da cidade, deu a volta quase sobre o mar, sobrevoou a ponte 25 de Abril... melhor que isto, só mesmo um aeroporto com nome de poeta no Rio.
À chegada, grande algazarra à saída do aeroporto. "Portugal", pensei eu. Mas não. Era mesmo comigo: uma grande surpresa. E depois, foi sempre a melhorar ainda mais.
Podes dizer ao simpático cjs que sim, à noite fui à catedral, mas fiquei na sacristia. Foi fantástico.
Antes disso fomos para a culinária da saudade numa Kneipe de benfiquistas junto ao Media Markt, comer pratinhos de polvo e orelha e um prego. Ou estava muito bom, ou eu tinha muitas saudades.
À tarde dei uma grande passeata a pé, até ao Chiado, com um amigo. Fomos à Bertrand, pegámos ambos no novo livro do Manuel António Pina, mesmo junto à caixa, e eu disse à vendedora "quero dois" e ele disse "não, eu é que quero dois", e ficamos ali a rir os três.
O Carlos Azevedo, num comentário num post anterior, cita: "Las vidas son siempre mucho más pequeñas que nuestros sueños; incluso la vida del hombre o la mujer más grandes es infinitamente más estrecha que sus deseos."
Pois bem: hoje não acordei nada assim. A minha vida é muito maior que alguma vez poderia ter sonhado. Porque estar em frente a uma vendedora da Bertrand a decidir - rindo - quem compra dois livros, ou estar a fazer a minha mala enquanto uma amiga vai pacientemente tirando os borbotos das minhas camisolas é daquelas coisas que enchem o coração de maneira a sobrar alegria para várias vidas.
2 comentários:
Há dias assim -- e são tão bons. :-)
Pois são bons, são - deixam um rasto de luz que fica a iluminar os outros dias, os menos bons.
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