Chega Dezembro, começa um stress criativo: fazer o álbum de fotografias do ano, para oferecer aos familiares e aos amigos mais próximos (esta é a questão mais complicada: quem são os amigos mais próximos?)
Por estes dias ando muito ocupada e escolher, de entre milhares de fotografias, as que cabem nas trinta páginas do álbum, e a escrever os textos que agradem tanto à sogra como aos amigos de mais íntimas cervejinhas. Quadraturas do círculo, here I come!
Uma vantagem deste trabalho: posso ouvir música. Tenho estado a tirar a barriga de misérias. Os ouvidos, queria eu dizer: tenho estado a tirar os ouvidos de misérias.
(Porque me lembrei eu de ser tradutora? Condutora de camião TIR era um trabalho que me convinha muito mais - numa viagenzita Porto-Moscovo aviava a edição completa do Mahler que me deram no aniversário. O monte de CDs que quero ouvir com calma está quase do tamanho do monte de livros que quero ler. E do de DVDs que quero ver. Ah, o paraíso: ouvir música, e depois aproveitar aquelas pausas forçadas à margem da auto-estrada para ler livros e ver DVDs. Porque é que eu não me lembrei de ir para camionista?...)
Bom, já que estou a escolher fotografias, aproveito e respingo também para o blogue.
Ora cá vamos, então, minhas senhoras e meus senhores: o meu 2011 em algumas imagens.
Passagem de ano: fizemos uma fogueira no pátio, numa clareira da neve. Casacos, gorros, vinho quente. Entre os amigos, um músico peruano que tentou ensinar-nos os seus ritmos. Pobrezito, com quem ele se foi meter...
A Berlinale 2011 abriu com uma homenagem a Jafar Panahi. No fim, o público assinou um cartaz, para enviar ao realizador que o regime iraniano impediu de trabalhar.
3 comentários:
Fizeste-me lembrar aquele filme, Sabrina, em que o pai da Sabrina tinha escolhido ser motorista porque assim tinha tempo livre para ler. Sempre achei uma ideia fantástica.
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mariana
tss tss, ai a sociedade de consumo nua e crua por detrás de tão belos pensamentos.
Pilhas de livros,DVDs e CDs, numa espera viúva de sucesso.
Eu sei que temos sempre a boa intenção subjacente, mas na verdade trata-se de avidez de consumo.
ah, ainda bem que não se tornou camionista porque senão lá se ía este projecto do blogue.
Eu tenho duas boas desculpas, Interessada: primeiro, só posso comprar os livros portugueses quando estou em Portugal, não dá para ir comprar o próximo depois de ter lido o anterior; segundo, enquanto compro estas coisas estou a armar-me em mecenas da cultura (eu tantas hei-de fazer, que um dia recebo mesmo a tal medalhinha do 10 de Junho).
Mas, de facto, tem razão.
E olhe que alguns condutores de TIR têm blogue! Até têm um projecto engraçado (mas acho que não é blogue): têm uma máquina a filmar à medida que conduzem, e depois põem algumas partes do filme na internet.
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