O plano inicial era ficar alguns dias com amigos que moram em Haia - passear de bicicleta pelas dunas, ir ver outra vez a casa do Maurício de Nassau, onde há uns Vermeer lindos y otras cositas mas, ir passar um ou dois dias a Amesterdão (sim, que o título desta série não é um fundamentalismo). Mas ficámos apenas uma noite, por causa do calateboca-que-aqui-há-senhoras do visto do Matthias.
Os nossos amigos: ela é holandesa, ele americano - e filho do casal em casa de quem o Matthias vai ficar. Resolveu fazer uma surpresa aos pais, acordou-os para skyparmos um bocadinho. O computador em cima do piano, os netos numa excitação total a mostrar habilidades aos avós, nós pelo meio. E o casal estremunhado, no outro lado do mundo, no ecrã do computador: sorriam felizes e abanavam a cabeça perante tanta confusão, pareciam uma fotografia dos livros do Harry Potter.
***
No regresso à Alemanha parámos no museu Kröller-Müller. Já me tinham falado muito dele - do passeio de bicicleta pelo parque, das esculturas espalhadas pelo meio das árvores, da paisagem no Outono ("que não sabemos se devemos olhar para as pinturas ou para as janelas"). Mas este ainda não chegou em toda a sua glória, o dia estava cinzento, nós estávamos com alguma pressa: não houve nem bicicletas nem dilemas pintura/janelas. Havemos de voltar lá na Primavera, e havemos de voltar lá no Outono.
O museu conquistou-me. Mostra sobretudo pintura holandesa e francesa. E é a segunda maior colecção privada de Van Gogh (a seguir à da sua própria família).
Estes quadros, por exemplo (em fotografias fraquinhas):
- "porque me olhas assim?" -
(todos os retratados por Van Gogh me olhavam assim neste museu, hei-de verificar como se portam nos outros)
(todos os retratados por Van Gogh me olhavam assim neste museu, hei-de verificar como se portam nos outros)
Ou esta mistura de natureza e arte:
Ou esta composição de Isaac Israels, em 1916, completada por mim em 2011, agora chamada: Mata Hari e Helena Araújo (hehehe):
O museu estava cheio de miúdos das escolas. Uns em grupos com o professor, outros sentados sob as pinturas, muito concentrados a tentar reproduzir uma delas, alguns a fotografar pormenores de cada quadro. Gostei especialmente de ver os professores: tinham os miúdos inteiramente atentos, sem precisarem de levantar a voz ou ralhar.
Também havia alguns turistas, obviamente. E eu a olhar para eles e para os quadros, tentando decidir qual era o mais interessante.
12 comentários:
O teu blog é tão encantador que fico um tempinho a admirar tudo que foi postado, és uma abençoada* .
Beijinho e continue, contando tuas descobertas, dessa vez na Holanda.
Mery*
Obrigada, Mery!
Mas as descobertas na Holanda já acabaram, por agora. Foram só quatro dias!
Helena, gostei muito deste passeio (incluindo nesta apreciação o que li e vi nos 3 'posts' anteriores). Obrigado pela partilha. :-)
Abraço.
Carlos:
:-)
E o que eu gosto de museus onde se pode fotografar!
Obrigada por este, Helena, não conhecia (ainda).
Gi, este museu é um "must".
Quanto a isso de fotografar: fotografei mais as pessoas que os quadros, senti uma certa vergonha de andar por ali feita mirone dos outros...
Helena, a primeira vez que fui à Holanda (sim, os animais ainda falavam...) foi para visitar o museu Kröller-Müller! Voltei lá duas vezes e gostava de repetir...
A Joana nunca me decepcionou! ;-)
É pena que não tivesse o seu blogue nessa altura, assim ficava eu a saber desta maravilha uns anos antes.
Belo, belo! Beijos
Cristina, tratamos de organizar lá uma pequena excursão? Algo me diz que gostaria muito de pedalar contigo e mais alguns amigos por aquele parque!
Pedalar? Tu disseste pedalar? Algum passarito te disse que andar de bicicleta é das coisas que mais gosto de fazer? Regresso à minha infância só de evocar a memória :-)
Parece-me que estamos perante um caso de convergência de interesses. Mas atenção: não deixam entrar bicicletas nas salas do Van Gogh (quer dizer: não perguntei, mas como estavam cheias de holandeses e sem bicicleta nenhuma, deduzi que não seria permitido...)
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