(daqui)
A saga continua: finalmente arranjámos uma escola americana que não disse logo que não ao Matthias. Já enviámos os papéis (50 dólares só para se dignarem olhar para eles) e já começámos a descobrir o fundo roto da carteira: como é que vamos pagar três meses de escola privada nos EUA?
É nestes momentos que nos damos conta de como é bom viver na Europa. Ou melhor: de como ainda é bom viver na Europa - provavelmente os nossos netos vão ter condições de escolaridade bem diferentes.
Entretanto, outro amigo apareceu-nos com uma proposta irrecusável: em vez de meter o rapaz três meses numa escola de Oregon, mandá-lo para o Canadá uns dias, para frequentar a escola de circo que prepara os artistas do Cirque du Soleil. E depois ir fazer férias com essa família no Vermont, em pleno Indian Summer. E depois ir com eles para San Francisco, que fica deslumbrante no Outono. O pai é professor de inglês, só temos de dizer à escola do Matthias que ele vai para os EUA fazer um curso intensivo de inglês em regime de homeschooling. O que é verdade. E nos fica mais barato que meter o rapaz numa escola privada.
Ai! Até eu queria ir aprender inglês assim!
De modo que estamos a considerar desistir da inscrição na escola, e passar directamente para o plano B.
(e se eu fosse também? com o que poupamos na escola privada, bem podíamos ir os dois passear durante um mesito feliz) (acorda, Heleninha, olha para o fundo roto da carteira, Heleninha)
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Aos amigos que perguntam se o Matthias não é muito novo para estas andanças: na Alemanha, é bastante frequente mandar miúdos desta idade (14 ou 15 anos) passar um semestre ou mesmo um ano lectivo no estrangeiro. Entre os nossos conhecidos há vários que foram para a Irlanda, os EUA ou a Austrália.
No caso do Matthias, o risco é mais que calculado: tanto na Califórnia como em Oregon, ficaria sempre na casa de amigos que o conhecem e de quem ele gosta imenso.
4 comentários:
Com o principio de mais um ano lectivo por aqui, constato que toda a frescura do Verão desaparece com as primeiras reuniões de pais. Por causa da minha maldita herança de esquerda (!) sempre tive dificuldade em aceitar as escolas particulares, no entanto, nunca tive tantas dúvidas. Se olharmos para as Universidades americanas e para as portuguesas pergunto: preferia ter os meus filhos nas portuguesas ou nas americanas? Preciso responder?
Eu sei, eu sei. Sei que os estudantes americanos começas as suas vidas profissionais já completamente hipotecados mas... por cá o nivel de exigência adapta-se ao aluno quando deveria ser o contrário! E como orientar os filhos para serem melhores se, sendo medianos, continuam a ter luz verde para transitar de ano?
Não me choca nada esse plano B. Boa sorte e que tudo corra bem.
Rosário, a minha primeira reunião de pais foi muito bem disposta. Um prazer! Achei que era boa ideia mandar os pais de férias antes de cada nova reunião... ;-)
O que eu gostava era de escolas estatais com um perfil diferente, conforme as necessidades dos alunos: umas mais montessori, outras mais de arte, outras mais ciências, etc. E até experimentais. Também não tenho grande problema com escolas confessionais e privadas de um modo geral, desde que se respeitem regras e princípios básicos da sociedade.
Quanto às escolas públicas, já aí... parece que há escolas e escolas. O que eu não sei é se obrigava os meus filhos a frequentar certas escolas. Mas tenho amigos que fizeram essa opção e disseram que foi uma óptima oportunidade de amadurecimento para os miúdos.
Em todo o caso, não vejo as coisas de forma tão negativa: há tantos portugueses que frequentaram escolas públicas desde o primeiro ao último dia da sua formação, e são hoje excelentes profissionais!
Quanto ao nosso plano B: obrigada!
San Francisco? Castro? Vê lá se depois já não vai querer usar a camisola do tamanho acima... (private joke)
as escolas públicas são bestiais.
nem há discussão possível sobre isso.
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