Esta manhã vi na rua um homem que trazia duas crianças pela mão. Os pequenitos ainda tinham a cara enrodilhada de sono, e eram ligeiramente feiosos, pelo que olhei disfarçadamente para o pai para ver se teriam a quem sair. O homem reparou (um dia destes hei-de experimentar ao espelho que cara ponho quando tento olhar disfarçadamente) e começou logo a fazer bonito com os filhos.
Ora bem: eu às vezes não nasci ontem. Mais concretamente, neste caso, bem me lembro de como o Joachim gostava de ir com os miúdos (pequeninos e amorosos, claro, claro) para o mercado do sábado de manhã, e de como se banhava nos olhares gulosos que as mulheres lhes largavam.
De modo que estuguei o passo (sim, ia mais uma vez atrasadíssima) enquanto magicava quantos momentos especiais entre pais e filhos nascerão do simples olhar de mulheres avulsas que passam na rua.
3 comentários:
Hahaha, muito bom. Eu quando o meu gato era pequenino também pensei alugá-lo. Foi depois de ver o meu pai com ele depois de o comprarmos a andar pelo centro da Costa da Caparica. Meu Deus, que íman!
Lindo, lindo, lindo! Como escreveu Maalouf, a propósito de outras coisas: "Há olhares que nos libertam e olhares que nos aprisionam", algures in Identidades assassinas. Beijitos de saudades
Rita, eu quando o Matthias era pequenino pensei alugá-lo à hora na Expo98... (não contes a ninguém)
Cristina, ...e há também olhares que trazem à luz do dia o melhor que há em nós!
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