Olá, Rita
passo os dias numa herdade perto de Évora e as noites numa perto de Estremoz.
Em Évora, não saio do tanque. Um tanque de pedra, lindo-lindo, no meio de montes de antiquíssimos sobreiros. Almoçamos à sombra de uma nespereira que cobre todo o terraço junto ao tanque. E que belos petiscos! Já pedi casamento à cozinheira, mas ela ficou de pensar. Terá talvez desconfiado que seria um casamento por interesse. E eu a sonhar, lúbrica, com as nossas noites loucas a preparar massa areada.
Em Estremoz, os meus filhos dormem nos quartos que foram em tempos uma capela. Abençoados.
A mim, deram-me um belíssimo, cheio de móveis tradicionais alentejanos azuis. É uma casa com alma, com inúmeras salas, e mais quartos e recantos, fotografias que contam histórias de outros tempos, vestígios de amigos e da própria História. E pilhas de livros por todos os lados. Pomo-nos à conversa, e toca de ir buscar um livro para ver isto, confirmar aquilo. Enquanto que a internet, essa, vem a passo de caracol cansado. Entre a minha Évora e o meu Estremoz devem andar uns cinquenta anos de diferença, pelo menos.
Depois do jantar saio para passear sob o céu estrelado. Um exagero de nítida beleza. À minha frente estende-se a planície até Portalegre, iluminada aqui e além. A minha amiga diz "um belo sítio para vir varrer as teias de aranha". E é verdade.
(Se eu fosse a eles, cobrava bilhetes para sessões de "terapia da alma" - umas cadeiritas confortáveis, silêncio absoluto, cinco euros cada hora) ("Helena Araújo - inventam-se nichos de mercado onde mais ninguém se lembraria, Lda.")
2 comentários:
Com que então Alentzzzzzzzzzzzzz ??
Por acaso hoje de manhã andei por Estremso. Mas muitoi cedo das 8 às 10.
Já vi que se está a divertir.
Ainda bem e continuação de boas férias
Obrigada, António!
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