10 julho 2011

correio das ilhas (16)

Olá, Rita

ontem de manhã choveu muito, e à tarde fomos à praia. Sem grande esperança, só para dizer olá ao mar. Estava fenomenal: deserta, sem vento, misteriosa de neblina, com umas ondas daquelas que dão luta e nos fazem soltar gargalhadas misturadas com vertigem.
Claro que não pus creme solar, claro que como de costume dormitei com um livro em cima da cara. Agora tenho um vermelhão enorme no peito, que torna muito evidente que o meu fato de banho, alemão, em Portugal era bom era para bisavós. Até ganhar um vermelhão mais alargado por todo o peito vou ter de andar de blusas de gola alta.
De facto precisava era de um burkini, por causa de um tratamento às varizes que fiz antes de vir para Portugal, e me deixou umas marcas suspeitas nas pernas. As amigas dizem que não devo apanhar sol ali, o Joachim vem-me com estudos publicados em revistas famosas para explicar que é sub-cutâneo e não preciso de me preocupar. E eu, entre a medicina e as conversas de druidas femininas (as mais fiáveis, como se sabe) devo fazer o quê? Um burkini era boa ideia - apesar de correr o risco de deixar os mirones nas dunas fora de si, porque não há nada mais sensual que uma mulher de burkini molhado (os fundamentalistas islâmicos saíram-me uns grandes espertalhões).

Hoje é domingo, dia dos laços de ternura: almoço em casa do irmão mais velho, jantar com uma das minhas mais antigas amigas.
E como estou na famosa casa, aqui vão mais algumas fotos da dita:



12 comentários:

Paulo disse...

[Suspiros]

Helena Araújo disse...

:-)
(talvez seja melhor não contar do bem que se comeu na mesa de pedra junto à cozinha, debaixo da glicínia...)
(e do bem que se bebeu)

António P. disse...

Só qualidade de vida, Helena :)
E as suas "alemoas" lá foram eliminadas. Fizeram pior que os Herr.
Continuação de boa estadia.

Gi disse...

Depois da chuva e da neblina, podias vir ver o sol à mourama :-)

io disse...

ai ... ai ... (sem dor, nem inveja, só com suspiro doce, doce.)

Paulo disse...

(é melhor não)

sem-se-ver disse...

bibó luxo! :)

Cristina Gomes da Silva disse...

Colo-me, indecentemente, ao coro de suspiros e, de olhar sonhador já vou projectando um regresso a este mundo em que terei uma casa assim ou parecida. Quanto ao sol e à indecisão entre os conselhos das druídas e os preceitos da ciência dos homens...faz o que te fizer sentir melhor e te deixar levar daqui qualquer coisa que perdure nas terras do demónio Merkel. Beijos de cá

Helena Araújo disse...

Cristina,
em vez de suspirares e tal, mais te valia marcar uma viagem para o norte, moça! Marco encontro contigo e com um belo Moscatel da Quinta do Vallado em frente àquela piscina. (Quando estiveres para fazer a casinha dos teus sonhos, dou-te o nome do arquitecto e meto-lhe uma cunha para fazer preço de amigo) (o que aquele meu irmão me atura, é impressionante!)

Helena Araújo disse...

António P.,
pois é, as alemoas lá foram à vida. à triste vida.
A minha passagem pelo Alentejo vai ser vertiginosa. Se ouvir passar um carro à velocidade do som, serei eu. Acho que desta vez não vai dar para cafézinho em Estremoz. Será que no próximo ano me dá uma segunda oportunidade?

António P. disse...

Caríssima Helena,
No Alentejo só há a velocidade alentejana : tempo para fazer tudo :)
Se ouvir o estouro da passagem da barreira do som já sei que foi a Helena que por aqui passou.
Claro que dou um segunda oprtunidae ...até mesmo uma 3ª :))
Continue a divertir-se por terras pátrias.

Cristina Gomes da Silva disse...

Olha que eu vou...!:-) Já tenho falta de te 'oubire'. Um dia destes telefono-te.