22 maio 2011

o reverso da medalha

"Sexo & Poder" é o título da capa do Spiegel desta semana.


E cá vamos nós inventar a roda outra vez, como se alguma destas coisas fosse novidade. Veremos quantos "wow!" me escaparão ao ler as fantásticas revelações.
O que eu gostava é que eles falassem do contrapoder. Por exemplo: o truque que algumas mulheres usam (eh, lá! não se ponham a tirar conclusões! sei, porque li num livro...) para reduzir as assimetrias atemorizantes no confronto com um poderoso, e que consiste em imaginar aquele homem em cuecas. Lá se vai o fato caro, a gravata, o alfinete, a armadura de poder - o que sobra, geralmente, é uma personagem ridícula, incapaz de impor respeitinho a uma mosca.
Se os homens muito importantes soubessem, coitados, a figura que fazem no reverso da medalha...

Já cá tenho o meu boletim de voto. Curiosamente, não tem um quadradinho para o FMI, o que significa que se trata apenas de um concurso para o lugar de secretária internacional. Mal por mal, acho que os vou imaginar todos em cuecas, e voto no que me parecer que faz melhor figura. Parece que para os lados do FMI se dá alguma importância a esses aspectos da questão.

10 comentários:

sem-se-ver disse...

muita, muita graça, este teu post :)

Helena Araújo disse...

:-)
Obrigada!

Ana Paula disse...

Até para secretário:), à larga maioria ( ou salvo raríssimas, imagino, execepções) não nos interessa o que farão (ou como parecerão) em privado, mas já nos poderá interessar se o que fazem em público poderá ser, ou não, sintoma de sublimação do que fazem (ou não) em privado...não é Helena?

Helena Araújo disse...

Eu primeiro vou comprar a revista, depois vou ler, e depois respondo...
;-)

Se é que estamos a falar do Cetrôss-Kã, não vejo isso como sublimação. Diria que tem mais a ver com um estado ébrio de poder. O que é preocupante: um gajo que se sente tão poderoso que se permite comportamentos de predador sexual é obviamente a pessoa errada para o cargo.

Ana Paula disse...

Claro que não estava a referir-me concretamente ao caso de DSK. Na sequência da tua reflexão em torno de poderosos (ou candidatos a) em trajes menores, eu só estava a dar uma achega sobre outras possíveis relações entre condutas privadas e públicas,,,

io disse...

ahahaha! Acabei de aprender duas coisas que muito me ajudarão no futuro próximo: esta coisa de os imaginar em truces é demolidora: patrões e políticos. Lindo! Alguém disse genial? ;-)

Helena Araújo disse...

E qual foi a segunda?
O truque é mesmo engraçado, concordo. Mas nunca usei, claro, claro.

Helena Araújo disse...

Paula, essa dicotomia do público/privado é um bocado difícil de analisar, porque cada caso será um caso e a gente de facto não sabe o que se passa na vida deles.
Também é arriscado: daqui a nada estamos a dizer que a Merkel não reagiu atempadamente aos ataques dos mercados por o marido ter eventualmente disfunções sexuais, ou assim.
É melhor não ir por aí.

Ana Paula disse...

Pois, arriscado é, Helena! Mas existe mesmo dicotomia ou relação, uma vez que a pessoa é um todo, mesmo com múltiplas funções ou máscaras? Ou, onde começa e acaba o privado para uma figura "pública"? Ou, até onde podemos estabelecer relações, insinuações e julgamentos? Ou, por que é que às vezes "cada caso é um caso" e, noutras, é uma questão de princípio?
Ou, Ou...há caminhos sem regresso, pelo que concordo com a tua conclusão: "É melhor não ir por aí"

Cristina Gomes da Silva disse...

Junto-me ao gineceu: imaginá-los em cuecas e soquetes. Assim, singelo, sem mais nada. Já fugi! :-)