Sonhei para Portugal um presidente capaz de acreditar no melhor do seu país, com visão para apontar um rumo muito para além dos interesses partidários e do ruído dos dias, e com a grandeza de saber reconciliar um povo consigo próprio.
O povo escolheu, e os discursos - o de Cavaco na hora da vitória e o de Alegre na hora da derrota - marcam iniludivelmente a diferença entre o que Portugal vai ter nos próximos cinco anos e o que poderia ter tido.
Meu país, que desconsolo.
O povo escolheu, e os discursos - o de Cavaco na hora da vitória e o de Alegre na hora da derrota - marcam iniludivelmente a diferença entre o que Portugal vai ter nos próximos cinco anos e o que poderia ter tido.
Meu país, que desconsolo.
4 comentários:
Olá,
eu partilho totalmente o seu desânimo em relação à reeleição do Cavaco, embora nestas eleições, com candidatos e campanhas tão fraquinhas, não fosse de esperar outra coisa.
Agora o que me escapa de todo é como é que pode ver no Alegre um homem com capacidade, grandeza e visão para guiar o país. Que tudo isso falta ao Cavaco, salta à vista até de muitos que o "apoiaram", mas ver estaleca no Alegre surpreendeu-me e (fosse eu levar estas coisas muito a sério) até me desapontou um bocadinho.
Mas não vai ser por isso que vou deixar de vir cá espreitar o seu blogue, que acompanho com gosto.
Anónimo, fico muito contente por continuar a visitar este cantinho, apesar de. Se em Portugal deixássemos de falar uns com os outros por causa das escolhas eleitorais, ia ficar um país parecido com um convento de carmelitas... ;-)
Fiz a minha escolha em função das possibilidades existentes: entre um Cavaco e um Alegre, aquele que mostra ter mais capacidade, grandeza e visão para guiar o país é o Alegre. Em terra de cegos...
O Cavaco já mostrou que não tem. E mostrou-o de modo particularmente doloroso no discurso da vitória.
Tenho andado a pensar quem queria eu para presidente. E não encontro nenhum nome. Portugal tem um tique suicidário estranho: consegue atirar para a lama toda e qualquer figura pública.
Se pudesse escolher, quem é que o anónimo sugeria para um presidente?
Olá,
então foi erro de interpretação da minha parte: o Alegre só mostrava ter MAIS capacidade, grandeza e visão DO QUE :p
A minha intenção não foi vir cá deixar uma comentário mordaz sobre as suas opiniões, mas realmente surpreendeu-me que depositasse tantas esperanças no Alegre.
Enfim, estamos de acordo, nestas eleições foi muito difícil decidir em quem votar dada a falta de qualidade dos candidatos e das suas campanhas.
(correcção picuinhas: no comentário anterior era "fraquinhos" e não "fraquinhas" :p)
Ainda estou de boca aberta com a fantochada que foi aquela candidatura do Fernando Nobre, não percebi se ele é um grande actor ou se é completamente avariado da caixa dos pirulitos, não há sumo nenhum a tirar dali e quem viu naquilo a candidatura da sociedade civil anda mesmo com a cabeça na lua. Quem ficou a rir com estas eleições foi o Mário Soares. E o Alegre desta é que dificilmente se levanta, mas caramba, ele também foi patético. E irritam-me mais este politiquinhos que não têm a abilidade (nem o apoio) das raposas velhas da nossa praça e que puxam dos galões do herói-nacional-que-se-sacrificou-pela-liberdade, a ver se pega. Oh!
Também me preocupa e muito, a facilidade com que em Portugal (e não só, claro), se atira alguém para o lodaçal. Mas não é com a estratégia do Alegre que se sai do lodaçal. Estamos nas mãos das raposas velhas há muito tempo e somos uma país de meninos mimados (e com meninos não me refiro à faixa etária, acho que é um mal transversal às gerações activas do país) que ou optam por não se chatear, ou quando decidem meter as mãos ao trabalho ficam facilmente ofendidos.
E agora, respondendo à sua pergunta (que para andares a aborrecer os outros com comentários longos, mais valia abrires um blog pra ti, tás armado em quê?!), também não consigo encontrar neste momento nenhuma figura portuguesa que gostasse de ver no lugar do Cavaco. No lugar do Cavaco não, a ver se nos entendemos, no lugar de Presidente da República, que aceito inteiramente a minha orfandade de presidente.
(sim, o senhor ganhou a eleição legitimante, que eu ainda acredito em democracia, mas o discurso da vitória foi da responsabilidade dele, ninguém inventou).
Mas lá por não encontrar ainda, não quer dizer que esmoreça a vontade da procura :)
Ah e sorriso do dia vai para os miúdos alemães que arrumaram o lodaçal deles em três tempos. :)
olá de novo
correcção do comentário acima: *habilidade e *legitimamente
vim dizer quem é que eu gostava de ver no lugar de presidente da república: o José Mário Branco :)
não que ele aceitasse o cargo, mas esse sim, era digno dele.
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