Há tempos, o meu filho criou numa rede tipo facebook um grupo chamado "um dia como os outros: estou sentado no frigorífico, e canto". Juntou-lhe uma fotografia de um homem tristonho sentado num frigorífico, e em meia dúzia de dias tinha mais de mil aderentes.
Por comparação, o número de 1500 apoiantes (até agora) do texto "Para uma nova Economia" levanta-nos questões inquietantes: Só aderimos ao que é fácil, só nos deixamos envolver em gracinhas inócuas? Já desistimos de juntar a nossa voz às de outros que exigem e buscam um melhor rumo para o futuro de nós todos?
A Manuela Silva deixou um comentário no meu post anterior sobre esta petição, que repasso aqui por ser uma boa síntese do que está em causa:
"Agradeço a divulgação que faz da tomada de posição Para uma nova economia. Vejo cada assinatura ( e já são mais de mil e quinhentas!) como um sinal de esperança de que uma outra Ciência Económica é possível e desejável pois dela decorrerão efeitos benéficos para a concepção e gestão da economia real. O actual paradigma dominante já produziu evidência bastante para que se reconheça que sacrifica as pessoas no altar do dinheiro. Ou seja: não serve e carece, por isso, de transformação profunda nos seus respectivos pressupostos."
Estamos a atravessar um momento de vertigem: a crise financeira, a crise económica, a crise do euro e a crise mais abrangente que atinge a ideia da União Europeia, a globalização, a alteração profunda das relações de poder internacionais, a crise ecológica, a passagem de um conceito de solidariedade social para um brutal salve-se quem puder - e mais não digo, que isto já é deprimente q.b.
Como escrevem os chineses: crise é sinónimo de oportunidade. Vertigem pode ser viragem. Mais do que nunca importa agora definir os princípios básicos que devem orientar as políticas nacionais e europeias, para não sermos arrastados neste turbilhão destruidor.
Sem comentários:
Enviar um comentário